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Deputados mineiros repudiam senadora ruralista

Após contantes ataques ao MST no Senado Federal, inclusive o pedido de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de deslegitimar o movimento, a senadora Kátia Abreu (DEM/TO) foi repudiada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O motivo do repúdio seria a prática de grilagem pela senadora, denunciada pela revista Carta Capital. Kátia Abreu ameaça recorrer à justiça contra a revista e divulga nota em resposta à reportagem.

- Divulgação

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, na sessão de terça-feira (24/11), o requerimento apresentado pelo deputado estadual Chico Uejo (PSB) de repúdio ao envolvimento da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), no suposto esquema classificado pelo Ministério Público Federal de Tocantins como sendo de “grilagem pública”.

O documento solicita também o afastamento temporário da senadora de sua função de Presidente da CNA até que as denúncias sejam esclarecidas e julgadas. A denúncia foi veiculada em matéria desta semana pela revista Carta Capital.

Os deputados da Comissão presentes na reunião – Antônio Carlos Arantes (PSC), Chico Uejo (PSB) e Vanderlei Jangrossi (PP) – assinaram pela aprovação.

Grilagem

A reportagem da revista acusa a senadora por um esquema de apropriação de terras de agricultores familiares. Segundo Uejo, é necessário tratar a questão com a mesma severidade que os ruralistas tratam os atos considerados "criminosos" do Movimento dos Sem Terra. O deputado classificou ainda como injusta e covarde a expulsão dos pequenos agricultores da região de Campos Lindos, Estado do Tocantins.

Em nota, a senadora Kátia Abreu diz não haver praticado tais ações e afirma que "quanto ao conteúdo das acusações feitas pelo subscritor da revista Carta Capital, o mesmo será demandado no foro competente, que é o Poder Judiciário". EM clima de ofensiva, a nota prossegue reafirmando a obstinação da senadora em instalar a CPMI contra o MST: "matéria dessa natureza não intimidará a Senadora KÁTIA ABREU que continuará defendendo a instalação da CPMI para apurar doações de recursos públicos para movimentos que têm como objetivo a invasão de terras privadas bem como não a impedirá de continuar defendendo todos aqueles que produzem alimentos e geram emprego e renda no Brasil."

Uejo diz que a partidarização e utilização de instituições como sindicatos, federações e confederações para fins de promoção eleitoral é um desserviço para a agricultura. “A postura da senadora Kátia Abreu não condiz com a de presidente de uma instituição tão importante quanto a Confederação Nacional da Agricultura”, completa.

Confira a íntegra da nota da Senadora em resposta à reportagem da Carta Capital:

"A Senadora Kátia Abreu vem a público esclarecer matéria veiculada na revista Carta Capital, na qual é acusada de ações que efetivamente nunca praticou.

Em razão de sua defesa em favor da propriedade privada, das garantias constitucionais e contra a invasão de terras produtivas, tem sido vítima de acusações caluniosas e difamatórias, como é o caso do conteúdo do artigo constante na referida revista.

Quanto aos fatos deve ser destacado que a Senadora Kátia Abreu é proprietária de terras no município de Campos Lindos, devidamente escriturada, registrada e quitada, tendo a posse mansa e pacífica da mesma desde a sua aquisição.

No que diz respeito ao senhor Juarez Reis deve ser destacado que o mesmo é invasor contumaz de terras alheias naquele município e municípios vizinhos, fato esse atestado por todos que lá residem bem como pela delegacia de polícia do município. Tanto é assim que o mesmo é réu em ação de reintegração de posse que tramita na justiça de Goiatins, tendo o juiz daquela cidade já determinado, por duas vezes, a reintegração de posse da área esbulhada pelo senhor Juarez Reis.

Quanto ao conteúdo das acusações feitas pelo subscritor da revista Carta Capital, o mesmo será demandado no foro competente, que é o Poder Judiciário.

Por fim, resta a declarar que matéria dessa natureza não intimidará a Senadora KÁTIA ABREU que continuará defendendo a instalação da CPMI para apurar doações de recursos públicos para movimentos que tem como objetivo a invasão de terras privadas bem como não a impedirá de continuar defendendo todos aqueles que produzem alimentos e geram emprego e renda no Brasil".

De São Paulo, Luana Bonone, com informações do site da ALMG e www.robertatum.com.br