Lula sela chegada do gás na presença de Eron e Vanessa

No final da manhã de hoje (26), o presidente Luís Inácio Lula da Silva oficializou a conclusão da obra do gasoduto Urucu-Coari-Manaus e a chegada do gás natural na capital do Amazonas. Também estiveram presentes nesse ato a deputada federal Vanessa Grazziotin e o secretário de Estado da produção rural Eron Bezerra, ambos do PCdoB-AM, responsáveis pela ação que impediu o gás de ser explorado por grupos internacionais.

Eron e Vanessa durante o ato que celebrou a chegada do gás
Centenas de pessoas compareceram à Refinaria de Manaus (Reman), onde ocuparam uma enorme tenda e viram Lula inaugurar, acompanhado da ministra da Casa Civil Dilma Roussef e do governador do Estado Eduardo Braga, a placa comemorativa que oficializa a chegada do gás em Manaus. Obra que custou R$ 4,5 bilhões e cuja extensão e complexidade geraram bastante expectativa, sobretudo por parte da oposição.

“Muitos foram aqueles que apontaram o dedo e diziam que não conseguiríamos concretizar essa obra. Muitos foram os que passaram pelo comando do país, prometeram fazer e não cumpriram. E hoje estamos aqui comemorando a realização desse sonho”, destacou Lula.

A ministra Dilma pontuou os números da obra e saudou cada um dos que estiveram diretamente envolvidos na realização da mesma. Ao citar o nome de Vanessa Grazziotin, a diferenciou dos demais com o adjetivo de guerreira, fato que gerou bastante aplausos dos presentes.

Braga comparou a concretização da obra do gasoduto com a instauração da Zona Franca de Manaus (ZFM) e disse que a mudança da matriz energética no Amazonas inicia um novo ciclo de desenvolvimento no Estado.

“Presidente, quando eu tinha 14 anos chegava em Manaus a ZFM, que mudaria por completo a vida de milhares de pessoas no nosso Estado. E tenho certeza que o que se inicia hoje será avaliado por muitos daqui há alguns anos como uma grande conquista. Obrigado por permitir mais dignidade e melhores condições de vida para o nosso povo”, agradeceu.

Amazonino é chamado de mentiroso

Dois dias após ser absolvido pelo TRE-AM do processo em que o Ministério Público do Estado (MPE) pedia sua cassação, o prefeito Amazonino Mendes se viu diante de outro constrangimento.

Ao falar do “seu empenho” nesta briga que se iniciou ainda na década de 80, quando as reservas de Urucu foram descobertas, inúmeros gritos de “mentiroso” foram desferidos contra o prefeito. Visivelmente desconfortável, Amazonino calou-se por alguns instantes e logo em seguida encerrou seu pronunciamento. O mais rápido da solenidade.

Então governador do Estado, ele foi protagonista das investidas que pretendiam conceder a exploração do gás a uma empresa norte-americana, já falida, por 50 anos

Oposição se rende à conquista

A busca por repercutir de forma minimizada a chegada do gás em Manaus parece que não tem força nem mesmo na base oposicionista do governo Lula. Não bastasse a presença de Amazonino no ato político, o PSDB enviou dois de seus escudeiros ao local do evento.

O vereador de Manaus Leonel Feitosa e o prefeito de Parintins Bi Garcia, principal cabo eleitoral do senador tucano Arthur Virgílio Neto no interior do Amazonas, ocuparam a área dos convidados junto com uma série de deputados estaduais, secretários do governo Braga e dezenas de líderes dos movimentos sociais.

Além deles, o vereador Marcelo Ramos (PSB) também compareceu na Reman para conferir o início da mudança da matriz energética amazonense. O ex-comunista é considerado um dos principais timoneiros do grupo político liderado pelo senador tucano e pelo ex-prefeito de Manaus Serafim Correa.

Gasoduto é conquista popular

A presença de Eron e Vanessa no ato político em que se comemorou a conclusão das obras do gasoduto não é mero cumprimento de protocolo. Ambos, juntamente com o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP), foram os responsáveis pela ação que derrubou o edital licitatório convocado pelo então governador Amazonino Mendes que favoreceu a empresa American Commerce Lines International.

A tentativa de Amazonino era conceder ao grupo estrangeiro a concessão da exploração do gás natural durante 50 anos, sendo que ainda realizariam o transporte do recurso mineral via barcaças.

A soberania brasileira na extração dessa grande reserva de gás de Urucu, garantida por meio da Petrobrás, e o transporte dele executado via dutos, tal como está hoje, parte da ação dos comunistas.

A contribuição dos sindicalistas petroleiros Aldemir Caetano (FUP) e Wallace Bill (Sindipetro-AM), assim como a do advogado Enio Barreto estão registradas na cartilha intitulada “O gás é nosso – Vitória do povo amazonense”, que a militância do PCdoB distribui há algumas semanas em todas as zonas da cidade.

De Manaus,
Anderson Bahia