Salvador celebra Dia do Samba nesta quarta-feira

Uma grande roda de samba na Praça Municipal, no Centro Histórico, marcam as comemorações do Dia do Samba, nesta quarta-feira (2/12), em Salvador. A celebração acontece na cidade desde 1940, quando a data foi instituída pela Câmara de Vereadores, em homenagem ao compositor Ary Barroso. Este ano, a festa fica a cargo do sambista Edil Pacheco, que recebe artistas como Ivan Lins, Jair Rodrigues, Ney Lopes, Nelson Rufino, Gerônimo, Mariene de Castro e Gal do Beco, em um tributo a Noel Rosa.

O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso, que já havia composto sucessos como “Na Baixa do Sapateiro”, apesar de nunca ter vindo aqui na Bahia. Para a ocasião, o cantor visitou o Estado e com o passar do tempo, a comemoração se tornou nacional. A data reverencia o ritmo que consegue congregar todas as camadas da sociedade e no início deste século, foi tombado como Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade Pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO).

Para o compositor baiano Edil Pacheco, que há anos luta pelo fortalecimento do Dia do Samba, o gênero vive um ótimo momento em Salvador. “Agora, há uma reciprocidade do público para o samba como nunca houve. Ele tem ocupado mais espaço, tanto é que hoje vemos vários grupos tocando samba em diversos lugares da cidade”, afirma.

Caminhada do samba

Ao contrário de outras cidades, o Dia do Samba não é lembrado apenas no dia 2 de dezembro. Na capital baiana, o evento cresceu tanto que as comemorações já passaram a ser pela semana do samba, já que muitos eventos estão sendo realizados desde o último final de semana. No domingo (29/11), por exemplo, o samba contagiou a multidão presente na 4ª Caminhada do Samba.

A celebração reuniu mais de 100 mil pessoas e contou com a participação dos mais expressivos blocos de samba da Bahia. A caminhada fez o mesmo percurso do Circuito Osmar (Campo Grande) do carnaval de Salvador. Divididos em cinco trios, os blocos desfilaram pela avenida, sem cordas, tocando clássicos de grandes sambistas baianos como Batatinha, Riachão, Ederaldo Gentil e sambas de todas as épocas, todos cantados em coro pelo público, que não parou de dançar um só minuto.

A programação inclui ainda um seminário para discutir como valorizar e organizar o samba baiano e muitos shows em diversas partes da cidade. As comemorações devem acabara na sexta-feira (4/12), dia em que será celebrada a Festa de Santa Bárbara, madrinha do Corpo de Bombeiros, padroeira dos mercados e, no sincretismo religioso, Iansã, rainha dos raios e trovões.

De Salvador,
Eliane Costa com agências