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Unitaid agradece ajuda do Brasil no combate à aids

Criada em 2006 com o objetivo de facilitar o acesso a remédios contra a aids, a malária e a tuberculose, a Central Internacional de Compra de Medicamentos (Unitaid, na sigla em inglês) lançou hoje (3) a campanha Obrigado Brasil, para apresentar os resultados da aplicação anual de US$ 12 milhões pelo país no programa.

“Com a ajuda dos 29 países-membros, nossos projetos ajudam a diagnosticar e tratar as doenças de aids, malária e tuberculose em 93 países”, informou o secretário executivo da Unitaid, Jorge Bermudez. “É isso que a campanha mostrará. É uma prestação de contas e de agradecimento ao Brasil.”Presente ao lançamento da campanha, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que “por o Brasil ter sido protagonista e nascedouro da Unitaid, é importante que [a campanha] seja lançada aqui para dar ciência disso à população”.

Segundo Temporão, a Unitaid tem um "grande significado político para o Brasil" por expressar “a nova posição do país no cenário mundial”. Ele acrescentou que a percepção externa em relação ao Brasil é outra, principalmente em temas relacionados à saúde.
“Atualmente, 40% dos acordos internacionais assinados pelo governo brasileiro são na área da saúde”, informou o ministro interino das Relações Exteriores, Ruy Nogueira, que também participou do lançamento da campanha.

A ideia de criar a Unitaid nasceu de uma conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy (da França) e logo contou com o apoio do Reino Unido, do Chile e da Noruega. A entidade conta atualmente com recursos da ordem de US$ 1 bilhão por ano. “Com esse montante temos condições de negociar preços mais acessíveis com os laboratórios e negociar para que haja novos produtos genéricos no mercado”, disse Bermudez.

O secretário executivo citou o caso dos antirretrovirais pediátricos: “Quando o programa foi iniciado, cada medicamento custava US$ 200 por ano. Com 100 mil tratamentos anuais, tivemos um poder de barganha que nos permitiu reduzir esse custo para US$ 60. Ou seja, pelo preço de um tratamento passamos a realizar três tratamentos.”

Segundo Bermudez, a entidade atende três de cada quatro crianças com aids no mundo. “Em breve lançaremos um pool de patentes relacionado inicialmente a antirretrovirais, visando a reduzir os custos de patentes para países em desenvolvimento”, acrescentou.

Em vez de fazerem como o Brasil – que contribui por meio de recursos do Tesouro Nacional –, muitos dos 29 países-membros da Unitaid contribuem a partir de pequenas taxações incluídas nos bilhetes aéreos internacionais. Essa é também uma possibilidade estudada pelo Brasil. Já aprovada em caráter terminativo pela Câmara dos Deputados, a proposta depende, ainda, da aprovação do Senado.

“Seriam cobrados US$ 2 por bilhete vendido. Parece pouco, mas com US$ 2 temos condições de tratar duas crianças com malária”, informou Bermudez. A sede da Unitaid fica em Genebra (Suíça), no prédio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Agência Brasil