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Truste mundial dos jornais ataca Google por democratizar notícias

A Associação Mundial de Jornais (WAN) voltou a atacar duramente o Google no seu congresso em Hyderabad, na Índia. Motivo: os chamados "agregadores" na internet, entre os quais o Google News é o líder absoluto, facilitam a difusão gratuita de notícias, para desespero da mídia tradicional. "Temos tentado sentar para negociar, mas o Google não tem colaborado. Enquanto isso, continua com sua cleptomania", reclamou nesta quinta-feira (3) Gavin O'Reilly, presidente da WAN.

Segundo O'Reilly, o Google tem sido "insistentemente convocado" a "colaborar" com a implantação de um software, criado pela WAN. Denominado Acap, o programa permite a um site noticioso controlar o uso de seu conteúdo por terceiros, ou seja, fazer com que menos pessoas tenham acesso ao seu conteúdo.

Visivelmente irritado, O'Reilly mencionou que recentemente o presidente mundial do Google, Eric Schmidt, disse em entrevista que "é um imperativo moral ajudar os jornais". E rebateu: "Ninguém aqui está falando em caridade, nem de certo ou errado. Estamos falando de leis, de copyright de conteúdos que, sejamos honestos, custa caro produzir". Não chegou a agregar "estamos falando de dólares".

"O Google sempre fala no tráfego que ele gera para os sites dos jornais. Mas não seria um direito das empresas escolher o que querem pelo seu conteúdo, se é tráfego, pagamento ou algo diferente?", provocou ainda O'Reilly. "Se o Google reconhece a legitimidade dos direitos autorais, pelo menos deveria ser a favor da implantação do Acap. Não estamos falando de algo abstrato, é apenas a lei".

A defesa do Google

David Drummond, vice-presidente de assuntos jurídicos do Google, participou do painel na cidade indiana. "Vim a esse debate em missão de paz e desarmado", amenizou Drummond.

"O Google não é o culpado. Os jornais é que não estão aproveitando todo o nosso potencial, e deveriam trabalhar mais próximos a nós", defendeu-se.

Drummond procurou contemporizar afirmando que, na visão de sua empresa, o buscador não está infringindo direitos. "Temos uma diferença fundamental aí. Não consideramos que pesquisar e organizar links seja quebra de direitos. Segundo ele, tem havido decisões favoráveis de alguns tribunais pelo mundo. "Não queremos dar uma mãozinha, queremos que todo mundo ganhe dinheiro".

Com informações de O Estado de S. Paulo