Metástese do 'Mensalão do DEM' chega ao PSDB-DF
A contaminação do 'Mensalão do DEM' derrubou do cargo nesta sexta-feira (4) o presidente do PSDB do Distrito Federal, Márcio Machado. O motivo foi uma lista, escrita por Machado, com 41 empresas tendo ao lado as cifras de suas contribuições para o caixa 2 da campanha do governador José Roberto Arruda em 2006. A lista soma R$ 11 milhões.
Publicado 05/12/2009 19:42
O documento manuscrito contém o nome das empresas, os valores e, ao lado do nome de várias das empresas, a indicação “PG”, indicando pagamento. O papel foi esquecido por Machado em uma emissora de TV e reproduzido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo e colaborador da Polícia Federal nas investigações, Machado era um dos “captadores” do caixa 2 da campanha de 2006. Após a campanha, Arruda nomeou-o secretário de Obras.
Por meio de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o tucano Márcio Machado confirmou a autoria da planilha. Ontem, pressionado pela cúpula do partido com a divulgação do documento, Machado pediu licença de 90 dias do cargo, mas dificilmente deverá reassumir o posto. De acordo com a assessoria do PSDB, Machado deve ser chamado a dar explicações na semana que vem.
O papel incriminando o presidente do PSDB-DF veio a público no momento em que os tucanos procuram manter distância de seus aliados do DEM, temendo as repercussões eleitorais do escândalo de corrupção. Um dos movimentos reforça a tese de uma "chapa pura" tucan, com os governadores José Serra candidato a presidente e Aécio Neves (que afirma não concordar) na vice, sem um representante do DEM.
O DEM se queixa de que seus aliados estão sendo pouco solidários. "Não é o momento de tratar da aliança. Em meio à crise, o melhor é resolver a crise primeiro. Acho engraçado que estejam falando de vice agora se não escolheram nem o candidato", reclamou o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ).
O PPS também foi atingido pela metástese, através do deputado federal Augusto Carvalho, nomeado por Arruda secretário da Saúde do DF, e do presidente do PPS-DF, e subsecretário da Saúde, Fernando Antunes. Roberto Freire, presidente da sigla há 18 anos, também é citado em um dos vídeos como beneficiário das propinas.
Da redação, com agências