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OAB do DF também pedirá à Câmara o impeachment de Arruda

Por 31 votos a favor e apenas um contrário, o Conselho da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu na noite desta quinta-feira (3) protocolar na próxima segunda (7) pedido de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Octávio, ambos do DEM. Nesta sexta (4), a Câmara Distrital já acatou dois pedidos de impeachment, mas o gesto da OAB-DF reforça a pressão pela saída dos governantes responsáveis pelo 'Mensalão do DEM'.

Um dos efeitos do pedido da OAB deve ser a investigação e eventual punição também do vice-governador. O impeachment de Paulo Octávio não é solicitada em um dos pedidos, do advogado Evilázio Santos, e não foi acatada nos termos propostos pelo outro, do presidente do PT-DF, Chico Vigilante. Com isso, criou-se a possibilidade de Arruda ser afastado do governo pelo Legislativo, mas Paulo Octávio assumir no seu lugar.

O Conselho debateu exaustivamente o relatório apresentado pelo relator, João Pedro Ferraz. Na hora da deliberação, o úncio a votar contra foi o conselheiro Ismail Gomes, em um indicativo do grau de isolamento em que se encontra o governo Arruda.

Os argumentos do relator

Ao votar, o relator do caso disse ver “fortes indícios” contra Arruda e afirmou que as justificativas apresentadas até agora pelo governador "não convencem". “O inquérito revela conversas sobre intercepção de valores oriundos de propina e mostra, pelo menos, uma tentativa de tráfico de influencia de membros do poder Judiciário”, disse Ferraz.

Ferraz foi substantivo ao ergumentar a inclusão do vice-governador no pedido de impeachment. Afirmou que há “inúmeras” referências a ele no inquérito, o que indicaria sua participação no esquema. “Esses indícios de prova conferem suporte suficiente para a OAB-DF instaurar crime de responsabilidade ao vice-governado", concluiu o advogado.

O relator ressaltou o vídeo em que o governador aparece recebendo dinheiro do então secretário de Relações Institucionais do governo, Durval Barbosa, que relatou o suposto esquema em troca dos benefícios da delação premiada. “Um vídeo que veio a público e foi amplamente divulgado pela imprensa revela a prática altamente suspeita do governador José Roberto Arruda. Não convencem justificativas feitas pelo governador na mídia”, afirmou.

Ferraz também chamou atenção para as evidências da proximidade entre Arruda e Durval. Segundo ele, o poder de captação de recursos pelo ex-secretário de Relações Institucionais só seria possível com o apoio do governador.

“Tal capacidade de arrecadar dinheiro se certifica porque Durval tinha respaldo do seu superior hierárquico”, afirmou. Ele também citou uma conversa gravada entre Arruda e Durval em que os dois discutem a suposta divisão de dinheiro. “Durante todo o diálogo o governador fala abertamente de distribuição de dinheiro. Não deixa dúvidas que a relação entre Durval e Arruda é próxima e íntima e mostra que os dois não tratam apenas de assuntos de interesse da administração", destacou o relator.

Da redação, com agências