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PT-RJ divide-se ao meio entre Lindberg e apoio a Cabral

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, 40, que pretende ser candidato do PT ao governo do Rio de Janeiro em 2010, anunciou seu rompimento com a direção nacional do partido. Neste domingo (6), o segundo turno da eleição petista no Rio resultou em um virtual empate entre o candidato de Lindberg e o defensor de uma aliança com o governador Sérgio Cabral (PMDB), apoiado pelo PT nacional.

Quando a apuração foi suspensa no domingo à noite, com aproximadamente 90% das urnas apuradas, a diferença entre os dois candidatos a presidente do PT-RJ era de apenas sete votos. O deputado federal Luiz Sérgio, adepto da aliança com Cabral, tinha 50,02% (9.037 votos), sete a mais que Lourival Casula, apoiador de Lindberg, que tinha 49,98% (9.028 votos). O comparecimento foi mais fraco que no primeiro turno, quando votaram 38 mil petistas.

"A direção nacional do PT passou do ponto. Depois de ontem [anteontem], interrompemos qualquer possibilidade de chegarmos a um consenso", afirmou Lindberg à Folha de S.Paulo.

Ele se referia à visita ao Rio do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), que na sexta-feira deu entrevista na sede estadual ao lado de Luiz Sérgio.

"Eles vieram aqui para nos esmagar. Telefonaram para militantes, para todos os deputados. Havia gente importante do partido atuando de forma quase desesperada. Vieram de um jeito que consolidou a ideia da candidatura própria. Aqui é a resistência heroica", disse Lindberg.

No primeiro da votação petista participaram cinco candidatos no Rio. Luiz Sérgio teve cerca de 40% dos votos, contra 25% de Casula. Só que Bismarck Alcântara, terceiro colocado, com 23%, e o quinto, André Taffarel (3%), agora apoiam Casula. Com Luiz Sérgio, só Waldeck Carneiro (9%).

Berzoini disse que teve várias conversas com Lindberg sobre a desistência de ser candidato do PT, sem sucesso.

Já o governador Sérgio Cabral disse acreditar que Lindberg cederá à pressão do PT nacional e desistirá de concorrer ao governo, em nome da prioridade que á a candidatura presidencial de Dilma Roussseff. "Ele tem um pleito justo, é prefeito, tem as aspirações dele. Mas, para o partido, ele tem direito a essas aspirações em outro momento."

Segundo Cabral, o PT está costurando a candidatura de Lindberg ao senado. "Pelo que sei, Benedita [da Silva, do PT] tem aspirações ao Senado, e ele passaria a desejar isso. Mas é uma decisão do PT em que não devemos nos meter. O que desejo é o PT no primeiro turno apoiando nossa candidatura". Benedita é secretária de Direitos Humanos em seu governo.

Cabral diz que não atuará para tentar convencer Lindberg a desistir de seus objetivos e integrar o bloco de apoio do PT à sua reeleição. "Não há nada ao meu alcance que possa ser feito. Posso torcer para o Luiz Sérgio ganhar."

Da redação, com agências