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Cuba se diz pronta para dialogar com os EUA

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse nesta terça (08), em Tóquio, que seu governo está pronto para um diálogo "respeitoso" com os Estados Unidos. Segundo ele, com a posse do presidente Barack Obama, há "menos tensão retórica contra Cuba". Apesar disso, "não há uma mudança na política americana", porque o bloqueio "continua intacto e é aplicado em toda sua profundidade", acrescentou Rodríguez.

Em entrevista coletiva durante o terceiro e último dia de uma visita oficial ao Japã, ele ressaltou que Obama "poderia utilizar suas faculdades executivas" para "modificar aspectos da aplicação do bloqueio".

"Nós reconhecemos no presidente Obama boas intenções e honestidade, e o tratamos com respeito", disse Rodríguez, acrescentando que "o governo cubano está pronto para um diálogo respeitoso a qualquer nível com os Estados Unidos".

Lembrou que, nos últimos meses, houve "conversas oficiais sobre temas migratórios e de correio postal direto" com os EUA, que foram "respeitosas e produtivas", e que, em julho, Cuba apresentou aos americanos "uma proposta de agenda para um eventual diálogo bilateral".

"Estamos à espera de resposta do Governo americano", disse, diante de cerca de 30 jornalistas no Clube Nacional de Imprensa do Japão. Sobre se a tradicional aliança do Japão com os EUA influi nas relações entre Cuba e Tóquio, Rodríguez ressaltou que estas são "históricas" e "não estão orientadas contra nenhum outro país".

Durante sua visita ao Japão, Rodríguez foi recebido pelo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, além de pelo titular de Exteriores, Katsuya Okada, e pelos líderes das duas Câmaras, assim como por representantes de diferentes partidos políticos.

O chanceler cubano transmitiu ao ministro de Exteriores japonês seu interesse em "participar de projetos triangulares de cooperação com outros países", assim como "desenvolver a cooperação bilateral entre Cuba e Japão".

Além disso, "aspiramos a receber maiores investimentos em vários setores", entre eles o de petróleo, mineração, turismo, indústria farmacêutica e produtos alimentícios, disse Rodríguez, que deve deixar Tóquio esta noite.

Fonte: EFE