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Reunião do Copom: Existe espaço para baixar juro, avalia Pochmann

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, afirmou que o Brasil tem condições de baixar a taxa básica de juros (Selic), de 8,75% ao ano para 7%. A avaliação choca-se com o lobby do mercado financeiro para que o Banco Central (BC) eleve a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina quarta-feira.

Para Pochmann, a queda dos juros é pertinente, uma vez que não há risco de a inflação superar a meta de 4,5% no próximo ano: “É claro que a situação da inflação é monitorada e, havendo alguma necessidade, essa política pode ser modificada. Mas não observo pressões excessivas sobre os índices de preço”, destacou.

Ele observa que houve uma recuperação no nível de atividade este ano, mas as empresas continuam com capacidade ociosa para produzir: “Portanto, nos próximos 12 meses não vejo problemas para o setor produtivo atender ao reaquecimento da demanda, que colaborará para o crescimento do país”, observou o presidente do Ipea.

De acordo com Pochmann, outro fator que colabora para não ocorrer o fechamento do hiato do produto (capacidade máxima de produção sem ameaça de inflação) nos próximos quatro trimestres é a continuidade, em grande parte das empresas, dos investimentos de longo prazo, como projetos plurianuais que não foram interrompidos no período mais drástico da crise, composto pelo último trimestre de 2008 e os primeiros três meses de 2009.

Além disso, o presidente do Ipea não observa uma recuperação rápida do nível de atividade internacional, pois, segundo ele, há sinais claros de que a retomada das economias centrais, como Estados Unidos, Japão e União Europeia, será menos rigorosa em 2010 do que o esperado há alguns meses.

A informação é da Agência Brasil