Não há acordo para comércio funcionar aos domingos em Fortaleza

O comércio de Fortaleza deve apurar cerca de R$ 134 milhões no período natalino, uma variação 8% superior a igual período de 2008 e o melhor resultado dos últimos três anos, segundo dados da pesquisa “Potencial de Consumo do Fortalezense para as Festas de Fim de Ano”.

A pesquisa é realizada anualmente pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), ligado à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio). Entretanto, todo este lucro não é capaz de sensibilizar os lojistas, que quanto mais acumulam riqueza, mais exploram os trabalhadores comerciários.

Há muita beleza e variedade nas lojas no período natalino. Enfeites, decoração, publicidade e um belo discurso dos empresários, mas, apesar do luxo, dentro das lojas o que há é sofrimento, exploração e muito desrespeito para com os trabalhadores.

Os patrões obrigam os comerciários a ultrapassarem, e muito, a jornada de trabalho mas não cumprem o que determina a Consolidação das Leis do trabalho (CLT): não pagam horas extras; sobrecarregam os funcionários; praticam o desvio de função e não melhoram em nada as condições de vida e de trabalho dos (as) companheiros (as).

Diferente do que a grande mídia vem veiculando, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza não fez nenhum acordo com os lojistas para o comércio abrir de maneira indiscriminada aos domingos no período natalino. Não há nada que justifique a jornada de trabalho exploradora e estafante imposta pelos lojistas, que sequer quiseram discutir melhores condições de trabalho ou um acordo que contemplasse os comerciários.

Nós, do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, não somos conta que a população de Fortaleza tenha à disposição um leque de opções e tanta conveniência para comprar. São lojas, shoppings e horários variados para os clientes, mas não podemos aceitar é que os trabalhadores comerciários padeçam e sejam tão explorados enquanto os lojistas só lucram e ficam mais ricos a cada dia.

Enquanto os empresários enriquecem em detrimento da vida dos trabalhadores, a categoria comerciária espera ansiosa que o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região – Ceará julgue a lei 9452, que regulamenta o horário do comércio de Fortaleza, pois só assim poderemos reduzir toda a exploração sofrida pelos comerciários.

Fonte: Sindicato dos Comerciários de Fortaleza