Sem categoria

Líder do PMDB critica lista tríplice para vice de Dilma

A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PMDB indicar três nomes para Dilma Rousseff escolher seu vice, na chapa presidencial governista de 2010, gerou reações negativas nos peemedebistas. O presidente licenciado da legenda, deputado Michel Temer (SP) disse em conversas resitritas estar "ferido". Já o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), reagiu de forma dura e por escrito.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (11), o líder da maior bancada da Câmara diz que cabe apenas ao PMDB escolher o vice. "Essa prerrogativa, esse direito, por favor, ninguém tente restringir. Em respeito ao PMDB", diz a nota. "O 'correto' para o PMDB é o que o PMDB entender ser o correto", afirma ainda.

"A discussão é prematura"

Lula lançou a proposta nesta quinta-feira (10), em uma entrevista a rádios locais no Maranhão. "Primeiro eu defendo a ideia de que o vice seja dos partidos aliados. Segundo o PMDB é o maior partido aliado que compõe a base do governo", afirmou. "O correto não é nem o PMDB impor um nome forte. O correto é o PMDB discutir dentro do partido e indicar três nomes para a ministra Dilma, para que ela possa escolher", acrescentou.

Para Lula, é prematura a discussão do assunto no momento. Segundo ele, isso deve acontecer a partir de março. A Convenção Nacional do PMDB que oficializará a decisão deve acontecer em junho.

Lula disse que candidato e vice tem de ter afinidade. "Porque é que nem casamento. Quem vai casar com o vice é a candidata. Você não pode empurrar para ela alguém que não tenha afinidade com ela", argumentou.

Michel Temer, que costurou o pré-acordo aliando p PMDB ao PT na eleição presidencial de 2010, é um dos peemedebistas cogitados para a vice. Mas registrou que a afirmação de Lula ocorreu dias depois de seu nome er citado em uma planilha encontrada pela Polícia Federal na casa do diretor da construtora Camargo Corrêa e da suspeita de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina do governo de José Roberto Arruda (ex-DEM).

"A leitura é de que eles (governo) estão afastando o Temer, sinalizando o afastamento dele como o nome natural do partido para assumir a vaga de vice", disse uma fonte do PMDB, citada pela Agência Estado.

O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), considerou natural a reação de Henrique Eduardo Alves. "É direito dele, que respeitamos. Ele não foi agressivo ao presidente. O importante é que a aliança não está abalada", disse Vaccarezza. A posição do líder petista é esperar a poeira baixar e "colocar água na fervura".

Veja a íntegra da nota divulgada pelo líder do PMDB na Câmara:

Nota à imprensa

A declaração do presidente Lula, com todo respeito, não bate à porta do PMDB. Ela fica nesses, ainda, imprevisíveis caminhos que levarão à eleição presidencial. Sabemos haver um pré-compromisso entre o PT e o PMDB, atendendo a um apelo do Presidente da República, para estarmos juntos em 2010.

O PT já definiu sua candidatura à presidência. Seus critérios e discussões internas merecem o respeito, a lealdade e a confiança do PMDB. Mas a recíproca tem, e terá, que ser absolutamente verdadeira. E o nosso Partido sequer admite pensar diferente. O "correto" para o PMDB é o que o PMDB entender ser o correto.

É o debate, é a decisão democrática e soberana da convenção nacional que escolherá, ser for aprovada a aliança, o seu único candidato à vice-presidência da República. Essa prerrogativa, esse direito, por favor, ninguém tente restringir. Em respeito ao PMDB.

E aproveito, também, para mais uma vez reafirmar, em qualquer direção, o nosso compromisso maior com as nossas bases, lideranças estaduais e municipais – o grande patrimônio do PMDB.

Deputado Henrique Eduardo Alves (RN)

Da redação, com agências