Sessão na Câmara de Salvador lembra os 60 anos do trio elétrico

Os irmãos André, Aroldo e Betinho Macedo balançaram o plenário da Câmara Municipal de Salvador ao som da genuína guitarra baiana, na Sessão Especial, em Homenagem aos 60 anos do Trio Elétrico, promovida pela vereadora Olívia Santana (PCdoB), na noite de 15 de dezembro. A Casa foi decorada a rigor com direito a serpentina, máscaras, purpurina, colares, confetes, perucas coloridas que deram um aspecto carnavalesco à sessão.

Em nome dos familiares Aroldo Macedo e Isaura Hebe (viúva de Osmar) receberem da vereadora Olívia Santana placa alusiva ao evento. Representando a família de Dodô, a homenagem simbólica foi entregue à filha do músico, Isaura Nascimento. Emocionada, Isaura disse que é uma grande satisfação ter a sua família homenageada.

Aroldo Macedo destacou que são 36 anos fazendo música, ele e os irmãos, seguindo a receita de casa ensinada por Osmar. Ele salientou que não é fácil fazer música sem os apelos do mercado. "Reinventamos o trio elétrico, sempre com um repertório que fala da cultura do carnaval, sem a necessidade de aparecer no mercado. Ficamos felizes com a homenagem, pois o trio elétrico é a essência de tudo que há no carnaval. Nada mais justo do que homenagear seus criadores", disse.

Em seu pronunciamento, a vereadora Olívia Santana destacou a militância da família Macedo em levar para as ruas o trio sem cordas, resistindo à perspectiva do mercado. Ela salientou a função do trio enquanto instrumento de integração e da arte do povo. "A ferocidade do mercado é destrutiva. É preciso garantir a democratização do carnaval", alfinetou a vereadora.

O palestrante da noite, o professor da UFBA, Paulo Miguez, pontuou que o impacto provocado pela Fobica no carnaval é incontestável. "Mudou a concepção de espaço no carnaval. O trio, mesmo que capturado pelas cordas, na contramão do que foi criado por Dodô e Osmar, é o maior responsável por todas as mudanças no carnaval", disse. Ele acrescentou que os desafios do futuro é o enfrentamento da governança do carnaval, que está em poder do mercado, através de poucas empresas.

Além do professor Miguez, também fizeram parte da mesa os secretários estaduais da Cultura, Marcio Meirelles, e do Turismo, Domingos Leonelli; o presidente da Saltur, Cláudio Tinoco; o presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, o presidente da Fundação Gregório de Matos, Antonio Lins, o sambista Firmino de Itapuã e Clarindo Silva da Cantina da Lua.

Fonte: Ascom do gabinete da vereadora Olívia Santana