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Governo definirá medidas de apoio para brasileiros no Suriname

Dez dias depois do ataque a brasileiros no Suriname, o governo estuda uma série de medidas de apoio aos cerca de 15 mil que moram no país vizinho. A prioridade é dar atenção aos que estavam no local do conflito. Até o final desta semana deve ser definido o envio de ajuda financeira aos brasileiros retirados da região de Albina, onde houve o confronto. Há possibilidade de reencaminhá-los para a área, mas com apoio logístico e de segurança.

O fato de a maioria dos brasileiros morarem no Suriname de forma ilegal não impede a ajuda que o Itamaraty planeja, segundo diplomatas. Dados indicam que os brasileiros que estão no Suriname lidam, em geral, com garimpo. Há ainda casos de prostituição. Muitos entram no país vizinho pela fronteira com a Guiana Francesa e por via marítima.

As medidas de apoio aos brasileiros são analisadas pelo comando geral do Ministério de Relações Exteriores, a partir de orientações da Embaixada do Brasil em Paramaribo. Uma equipe da embaixada realiza entrevistas individuais com as pessoas que estavam na madrugada do dia 24 quando houve o ataque. O objetivo é levantar necessidades, carências e atender s demandas.

No último dia 31, um grupo de 32 brasileiros entre 22 homens, nove mulheres e uma criança retornou ao Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Cada um recebeu US$100 e uma muda de roupa. Segundo diplomatas, o dinheiro e as roupas estão incluídos na assistência consular.

A embaixada listou 124 brasileiros entre adultos e crianças que estavam no momento do ataque em Albina (cidade localizada a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname). Na ocasião, cerca de 300 marrons (como são chamados os quilombolas no país) agrediram brasileiros, chineses e javaneses. Houve agressões físicas, estupros e depredações.

A partir do ataque o governo do Suriname reforçou o policiamento na região de Albina. Como surgiram novas ameaças de conflitos, também foram enviados policiais para o interior do país. A Embaixada do Brasil retirou todos os brasileiros que estavam em Albina e recomendou que fossem evitadas determinadas áreas do país vizinho.

Desde a véspera do Natal, os brasileiros que viviam em Albina passaram a morar em quatro hotéis da capital do Suriname. De acordo com o Itamaraty, os gastos de hospedagem, alimentação e vestimentas, além de hospital e medicamentos, são custeados pelo governo brasileiro. No total US$40 mil foram gastos até o momento.

Fonte: Agência Brasil