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Futebol: após 3 mortes e impasse, Togo abandonará Copa Africana

Depois de um impasse sobre a permanência da seleção do Togo na Copa Africana de Nações, jogadores da equipe afirmaram que devem mesmo deixar a Angola, onde o ônibus da delegação foi metralhado por um grupo separatista local, e ao menos três pessoas morreram.

No sábado, o Togo decidiu deixar a competição por causa do atentado, mas os jogadores voltaram atrás na decisão e optaram por jogar o torneio como forma de homenagem aos que foram assassinados. No entanto, por insistência do governo togolês, os atletas afirmaram que vão voltar para casa.

“Fizemos uma reunião entre os jogadores ontem [sábado], e dissemos uns aos outros que somos jogadores de futebol. Decidimos fazer uma coisa boa por nosso país ao jogar, para prestar uma homenagem àqueles que morreram. Infelizmente, o chefe de Estado e as autoridades de nosso país tomaram uma decisão diferente, então arrumaremos nossas malas e iremos para casa”, afirmou Emmanuel Adebayor, atleta do Manchester City e principal estrela da equipe.

O jogador Thomas Dossevi confirmou a informação dada por Adebayor, e disse que, apesar do time desejar ficar em Angola para disputar a Copa Africana, entende a decisão do governo e deixará a Angola.

O primeiro-ministro do Togo, Gilbert Houngbo, afirmou que os jogadores não estão seguros e que o país despachou um avião para Angola, para trazer o time de volta para Lome, capital togolesa. “Se um time ou algumas pessoas se apresentarem sob a bandeira togolesa, será uma falsa reapresentação”, falou o mandatário.

“A decisão do governo não mudou. É uma decisão pensada e firme, tomada na sexta-feira. Entendemos o ponto de vista dos jogadores, que querem honrar seus companheiros que morreram e ficaram feridos. Mas seria irresponsável as autoridades permitirem que eles continuassem. A delegação do Togo não participará da Copa Africana de Nações”, completou Houngbo.

O ataque

O ônibus que carregava a delegação togolesa foi alvo de um ataque do braço armado das Forças de Libertação do Estado de Cabinda (Flec), após cruzar a fronteira entre Congo (Brazzaville) e Angola, perto da região de Cabinda. O grupo, que luta pela separação de Cabinda, reivindicou a autoria do atentado e afirmou que dirigiu o ataque às Forças Armadas de Angola, que faziam a escolta do ônibus.

Pelo menos três pessoas morreram no atentado: o motorista do ônibus, angolano, além do chefe de comunicação e o assistente técnico da seleção, ambos togoleses. Outras oito pessoas ficaram feridas, incluindo o goleiro Kodjovi Obilale, que foi levado para Johannesburgo, África do Sul, para ser operado.

A Copa Africana começa neste domingo, com a partida entre a seleção anfitriã, Angola, e Mali.

Da Redação, com informações da Folha Online