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 Com decisão do Copom, País volta a ter maior juro real do mundo

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na quarta-feira manter em 8,75% a taxa básica de juros. A Selic, como é chamada, está nesse patamar desde julho passado, sem sofrer alteração pela quarta reunião seguida. Com a decisão, o País voltou à condição de campeão mundial dos juros reais (descontada a inflação), segundo a consultoria Up Trend.

De acordo com a companhia, as taxas reais no Brasil estão em 4% ao ano, as mais altas do mundo. A manutenção do índice da Selic era esperado pelo mercado, já que a inflação está sob controle.

Há expectativa, no entanto, de que nos próximos meses haja pressões por reajustes de preços, o que pode levar o Copom a aumentar a taxa. Por meio de nota, o comitê informou que vai "acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

A Fecomércio-RJ criticou a decisão, que classificou de tímida. O presidente da entidade, Orlando Diniz, afirmou que "manter o custo do crédito elevado vai de encontro ao consumo das famílias, principal agente amortecedor dos efeitos da crise e sintonizado ao crescimento do comércio de bens e serviços. A manutenção dos juros também limita investimentos e ainda pesa sobre a questão fiscal, já agravada pela recente expansão dos gastos correntes".

Do lado dos trabalhadores, a decisão do Copom não foi bem aceita. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) criticou a manutenção da Selic. Para ele, a decisão demonstra "miopia econômica" do colegiado de diretores do BC.

“Enquanto todos os indicadores sinalizam para o crescimento econômico, inflação sob controle e queda no índice de desemprego, o Copom insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento.” Paulinho disse ainda que a manutenção dos juros é “nefasta para o setor produtivo e totalmente insensível para com os consumidores do mercado interno".