Oficial de Justiça entrega pedido do TJ para investigar Pavan

O pedido de autorização para que o Tribunal de Justiça continue analisando as denúncias contra o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) já está na Assembleia Legislativa.

O ofício, com cópia integral do inquérito, foi entregue nas mãos do presidente Jorginho Mello (PSDB), no final da manhã de ontem, por um oficial de Justiça.

Odeputado Gelson Merísio (DEM), que assume a presidência do Legislativo no dia 1° de fevereiro, já declarou que pretende colocar o pedido de autorização em votação na primeira sessão ordinária da Assembleia, que será realizada no dia 3.

Antes de abrir votação, Merísio lerá em plenário a carta enviada por Pavan, onde pede aos deputados que autorizem o Tribunal de Justiça a continuar analisando o caso. O vice-governador foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional, pois teria intercedido em favor de uma empresa distribuidora de combustíveis suspeita de sonegação fiscal.

Para a base governista, a carta enviada por Pavan não deixa dúvidas de que ele quer rapidez no processo de votação. O líder do PMDB, deputado Antônio Aguiar, afirmou que a bancada fará a vontade do vice-governador e votará a favor do pedido.

– Até porque como esta não foi uma situação que a Assembleia criou, nada mais justo que os deputados autorizem o Tribunal de Justiça, que é o órgão competente para analisar o caso – afirmou Aguiar.

O líder do DEM, Cesar Souza Júnior, também afirma que a bancada votará unida pela autorização. Até mesmo o líder tucano, Serafim Venzon, que na semana passada declarou que votaria contra o pedido, agora diz que fará a vontade do vice-governador. Venzon disse que o primeiro posicionamento (contra a autorização) foi uma atitude política, tomada pelo líder da bancada para proteger o vice-governador.

– Ele (Pavan) entendeu minha posição e, nesta semana, fez uma jogada de mestre. Ao ir levar ele mesmo, em frente as câmeras, o pedido para que a Assembleia Legislativa dê a autorização, ele facilita para todos os 40 deputados, a começar pelos deputados do partido. É a maneira mais clara de dizer que não existiu crime e tira um peso de nossas costas – disse Venzon.

Para a oposição, Pavan “jogou para a torcida”. Na avaliação dos líderes do PP e do PT, o vice-governador viu a repercussão do pedido do TJ entre os deputados e, sentindo que corria o risco de ver o pedido ser aprovado em plenário, se antecipou.

– (A atitude de Pavan) veio tarde, já havia o posicionamento de algumas bancadas, como o PP e o PT, e até de deputados da base, como o líder de governo, Elizeu Mattos. Se ele tivesse feito este pedido no primeiro dia depois da decisão do TJ, eu até poderia acreditar nas suas intenções – afirmou o líder do PP, Silvio Dreveck.

Colaborou Ana Minosso

fonte: Diário Catarinense on-line