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Órgão da ONU pede cancelamento da dívida externa do Haiti

A agência de desenvolvimento da ONU se juntou nesta sexta-feira aos pedidos para o perdão da dívida externa do Haiti, que é de US$ 1 bilhão, em resposta ao terremoto que devastou o país no dia 12.

A Conferência da Organização das Nações Unidas em Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) apoiou os pedidos do Fundo Monetário Internacional por um esforço de financiamento semelhante ao plano Marshall dos Estados Unidos que reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra Mundial.

"A UNCTAD acredita que essa tarefa deve começar com o cancelamento imediato e total das obrigações de dívida existentes do Haiti", afirmou em uma declaração.

A UNCTAD disse que um estudo sobre o efeito de 21 desastres naturais em países pobres entre 1980 e 2008 apontaram um acréscimo de 24 pontos percentuais na proporção da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) das nações nos três anos seguintes.

"Impactos em tal escala podem iniciar um ciclo vicioso de miséria econômica, maior financiamento externo, serviços de dívida onerosos e investimentos insuficientes para acalmar choques futuros", afirmou.

O Haiti perdeu 60 por cento de seu PIB no desastre, disse na segunda-feira o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive, referindo-se à concentração da economia na capital Porto Príncipe, próxima ao epicentro do forte terremoto de magnitude 7.

A UNCTAD disse que os credores deveriam declarar a moratória da dívida do Haiti, seguida do cancelamento o mais rápido possível.

Reforma migratória

Outra proposta importante surgida esta semana em apoio ao Haiti partiu do Fórum Interparlamentar das Américas (Fipa), que se reúne por dois dias no Panamá. O Fórum recomendará uma reforma migratória em seus respectivos países que favoreça de maneira temporária os haitianos afetados pelo terremoto, informou hoje uma fonte legislativa.

A presidente do fórum de mulheres parlamentares da Fipa, a equatoriana Linda Machuca, disse à Agência Efe que o pedido será incluído na resolução que será expedida no final da reunião do comitê executivo no Panamá.

"As iniciativas de solidariedade de cada um dos Parlamentos da América é plausível, mas achamos que é nossa responsabilidade como legisladores ver outras alternativas que favoreçam os irmãos haitianos", destacou Linda.

A representante da comunidade equatoriana que vive nos Estados Unidos e Canadá dentro da assembleia equatoriana disse que na agenda da Fipa também se prevê analisar o programa anual de capacitação para parlamentares, que será financiado pela Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (ACDI).

"Com o apoio desta corporação canadense se poderia avançar no programa de capacitação, por exemplo, e em temas como a formação e integração dos órgãos legislativos em cada um de nossos países", acrescentou.

Também está na agenda a realização do fórum de mulheres parlamentares, que se desenvolverá em julho próximo em Quito, Equador; e a assembleia anual da Fipa, que será realizada em novembro no México.

Participam da parlamentares do Brasil, Canadá, Equador, México, Paraguai, República Dominicana, Trinidad e Tobago e Panamá.

Fonte: EFE