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DF: oposição aposta no Judiciário para enfrentar Arruda

 A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) inicia a semana com a missão de eleger o novo presidente da Casa. Desde a renúncia do distrital Leonardo Prudente (sem partido), flagrado com dinheiro nas meias, não houve qualquer avanço nos três pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda.

A manobra dos aliados de Arruda para atravancar ao máximo os processos de impeachment deverá ser mantida nesta semana. A nova aposta da oposição ao governador é a volta aos trabalhos do Judiciário.

O presidente em exercício, Cabo Patrício (PT), já lançou seu nome para a eleição, que deve ocorrer nesta terça-feira (2). Mas, ao que tudo indica, o cargo deverá ser preenchido por aliados de Arruda, que detém a maioria na plenário. Os nomes mais cotados são os de Wilson Lima (PR) e Eliana Pedrosa (DEM).

Cabo Patrício se reúne nesta segunda-feira com os suplentes convocados pela Justiça para assumir no lugar dos oito distritais suspeitos de envolvimento no esquema de pagamento de propina a aliados do governador. Os suplentes já deveriam ter assumido. Entretanto, os distritais aliados de Arruda dificultam ao máximo o cumprimento da medida desde as últimas semanas.

Com a ampla maioria e a movimentação governista, os distritais da oposição acreditam que apenas a Justiça será capaz de tomar alguma medida contra o esquema. Na avaliação da bancada petista, o retorno do Judiciário, com o fim do recesso, deverá acelerar a posse dos suplentes. "Com a volta do Judiciário e com o apoio do ministro Fernando Gonçalves (STJ), e com a ação da Polícia Federal, a situação é diferente", disse a líder do PT na Casa, Erika Kokay.

Ao todo, os deputados distritais trabalharam 18 dias do recesso parlamentar, mas não apresentaram nenhum resultado. Pelo contrário, após muitas trocas de comando nos cargos envolvidos em apreciar os pedidos de impeachment, os parlamentares praticamente voltaram para a estaca zero.

Adiamentos sucessivos

A CPI da Corrupção tem de recomeçar praticamente do zero seus trabalhos. Após o rompimento de Alírio Neto (PPS) com a base aliada a pedido do seu partido, abriram-se a vaga e o cargo de presidente da comissão. O vice-presidente, Batista das Cooperativas (PRP), adiou a eleição do novo presidente duas vezes, sem maiores explicações.

O PMDB, dono de uma das cinco vagas, enfrenta problemas para indicar um representante. Os deputados do partido, citados no inquérito policial como beneficiários do esquema, não podem participar das investigações por determinação da Justiça. Bispo Renato Andrade (PR) e Cristiano Araújo (PTB) foram sondados pelo PMDB para ocupar a vaga. O primeiro já recusou, enquanto o outro pretende se candidatar à reeleição e pensa em não aceitar o convite para não ter que arcar com o prejuízo político de defender Arruda abertamente.

Compra de votos

Após causar o encerramento da sessão na última sexta-feira (29), a denúncia de que deputados teriam recebido R$ 4 milhões para votar contra o impeachment de Arruda pode virar alvo de investigação pela Polícia Federal. A bancada do PT vai solicitar nesta semana ao delegado que investiga o mensalão do Arruda, Alfredo Junqueira, que ele também analise as informações de que deputados da base receberam propina para votar contra os pedidos de impeachment do governador.

Fonte: Congresso em Foco