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Autonomia do BC é coisa do passado

Na Argentina, governo quer evitar novas insubordinações de burocratas financistas

A rebelião do então presidente do Banco Central da Argentina Sebastían Redrado contra a obediência a diretrizes da presidente Cristina Kirchner recolocou na pauta os riscos causados pela autonomia do BC. Atento ao problema, o governo argentina se mobiliza para reduzir os poderes despósticos do BC. O líder do governo na Câmara, Agustín Rossi, confirmou que o governo vai propor uma reforma da Carta Orgânica do BC (estatuto).

"Estou certo de que, durante o debate do Fundo do Bicentenário, a reforma na dinâmica da Carta Orgânica do BCRA é algo que vai sair", anunciou, na véspera, Rossi. O fundo foi criado por decreto em 14 de dezembro, com US$ 6,5 bilhões das reservas internacionais para pagar, em 2010, dívida externa. Redrado negou-se a transferir o dinheiro para Tesouro, sendo exonerado por decreto. Agarrado a uma medida cautelar, manteve-se no cargo, ao qual, porém, renunciou na última sexta-feira, depois de 22 dias sem querer largar o osso.

Segunda-feira, retirou da Justiça a ação para manter-se na presidência do BC, convencido de que não havia mais como se manter grudado na cadeira. A manobra, no entanto, não evitou que comissão parlamentar emitisse parecer apoiando a retirada de Redrado, antes do vencimento do mandato de cinco anos, em setembro.

O deputado Carlos Heller, ex-presidente do banco Credicoop, anunciou preparar proposta para acabar com a autonomia do BC. "Acho pouco séria esta ideia subjacente de que o BC é uma espécie de Estado independente dentro do Estado", destacou Heller.]  "Devemos encontrar uma lei razoavelmente equilibrada na qual o BC tenha responsabilidade na política monetária, cambial, etc., mas também a obrigação de coordenar políticas com o resto das políticas públicas", afirmou.

A informação é do Monitor Mercantil