Manifestantes são agredidos em frente à prefeitura

Gás pimenta e cassetetes. Assim foram recebidos pela polícia militar cerca de 300 manifestantes que protestaram nesta segunda-feira em frente à prefeitura cobrando providências para as áreas alagadas nas diversas regiões da capital paulista.

O vereador Jamil Murad (PCdoB) integrou a comissão de parlamentares e movimentos sociais que foi ouvida pelo secretário de relações governamentais da prefeitura Antonio Carlos Malufe.

Participaram do protesto entidades como Movimento Pelo Direito a Moradia, Facesp, Conam, lideranças de todas as regiões da cidade e diversas organizações políticas. Após inúmeras tentativas dos movimentos, foi agendada para a próxima sexta-feira, às 13h, na prefeitura, uma reunião entre parlamentares, lideranças e o prefeito Gilberto Kassab.

Segundo Abel Toledo, do movimento comunitário da zona leste, o secretário Malufe garantiu que será intensificada a limpeza de ruas e bueiros na região. “Questionamos o secretário sobre a quantidade de homens trabalhando na região que a prefeitura diz que são três mil mas não é isso que se vê na zona leste”, informou Abel. Ele também questionou as desapropriações por conta da implantação do parque linear na região.

“As pessoas que estão sendo retiradas dos locais moram ali na região há quinze, vinte anos. Elas não podem simplesmente sair sem garantia nenhuma. Não somos contra o parque linear mas queremos uma casa pela outra”, lembrou Abel. Ele citou também que as casas atingidas pela enchente não estão somente nas áreas de várzea mas se localizam também em bairros regularizados pelo poder público.

Segundo Nilda Neves, do Movimento pelo Direito à Moradia da Zona Sul, as ações da prefeitura devem priorizar as famílias que estão desalojadas. “Existem cerca de duas mil moradias no centro que estão desocupadas e poderiam servir para alojar essas famílias”, cobrou.

Para ela, a prefeitura não tem interesse em resolver a situação e usa o recurso do bolsa aluguel como paliativo. “As famílias recebem o bolsa-aluguel e assinam um documento que autoriza a prefeitura a derrubar aquela casa”,denunciou Nilda. “A Cohab só faz cadastramento e mais nada e cada vez mais é maior o número de pessoas que recebem avisos para deixar suas casas sem nenhuma garantia de outra moradia”, explicou.

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Fonte: www.jamilmurad.com.br