Sindiquímicos e CNTQ repudiam declaração do Secretário de Saúde

O Sindicato dos Químicos de Guarulhos e região – Sindiquímicos e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico – CNTQ,  manifestam seu repúdio pela declaração desrespeitosa do Sr. Luiz Roberto Barradas, secretário estadual da Saúde, em evento de anúncio de pesquisa realizada pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) em que comparou o mercado de medicamentos com o de armas e com o narcotráfico.

Segundo o presidente do Sindiquímicos, Antonio Silvan Oliveira a declaração do secretário é no mínimo “infeliz”, pois ele não só agrediu as indústrias farmacêuticas como, também, os trabalhadores do segmento, que a integram, quando tratou de forma destemperada o tema, comparando uma atividade lícita e rentável com uma atividade ilícita e criminosa. “Não tem comparação e faz parte de uma política discriminatória”.

Silvan lembra que o secretário do governo é responsável pelo programa Dose Certa e pela Fundação para o Remédio Popular – FURP, laboratório farmacêutico vinculado à sua pasta. “Imagina um secretário que tem grande visibilidade no cenário político nacional e que pode ser nomeado, a qualquer momento, Ministro da Saúde, adotar nacionalmente a política de saúde que vem sendo praticada em São Paulo. No mínimo seria um péssimo exemplo”, considera.
Silvan reafirma que existem duas situações díspares quanto ao acesso aos medicamentos. Na primeira, ele considera que um trabalhador que recebe um salário acima do mínimo e possui um plano de assistência de saúde, conquistado pelo Sindicato profissional, mas sem condições de comprar o medicamento, recorre ao Sistema Único de Saúde – SUS e ao programa Dose Certa mas não consegue o medicamento por possuir uma receita “particular”. E na segunda, o trabalhador que recebe, em média R$ 4 mil reais, e que por alguma questão consegue uma receita do SUS obtém o acesso ao medicamento com grande facilidade.

Quanto a diferenciação do preço dos medicamentos que chega a 1.415%, Silvan diz que a solução para esta prática pode ser objeto de uma ampla discussão entre laboratórios, grandes redes de distribuição. “É preciso que se discuta a carga tributária e o preço final para que chegue a um consenso que atenda a população. E para isso, as entidades se dispõem a discussão”, diz.