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Cesar Maia cala sobre covardia de Rodrigo no comando do DEM

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, ex-presidenciável do PFL-DEM e pai do presidente nacional do DEM, Cesar Maia, não menciona a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, na edição desta sexta-feira (12) do seu Ex-Blog. Nem cita Arruda, ou sequer seu filho, Rodrigo Maia, acusado de "omisso" e "covarde".  Limita-se a transcrever trechos de um livro, sobre "como um político sobreviver a um escândalo envolvendo dinheiro público".

Não é a primeira e nem a segunda vez que o ex-prefeito cita os dois parágrafos, do livro The new Prince (O novo Príncipe), do marqueteiro americano Dick Morris (1996), uma versão de Maquiavel adaptada para a mediocridade política do americano médio, e do século passado. O trecho citado é um bom exemplo:

1. "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para a cada dia ter uma nova revelação.

2. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram com fatos novos, para desmentir. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva a outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça."

Cesar Maia deve manter a passagem bem à mão em seu computador, pronta para copiar e colar toda vez que uma figura do DEM ou do PSDB aparece envolvida num "escândalo envolvendo dinheiro público". Assim, acredita que pode falar das farmácias e drogarias cariocas ou do ocaso do debate iraquiano em Washington, sem parecer que está tergiversando.

Mas tergiversação tem limite. Causa espécie Cesar Maia silenciar sobre a acusação a seu filho, presidente nacional do DEM, que partiu de um senador do próprio partidom Demóstenes Torres (DEM-GO), membro da Executiva Nacional e presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

"A omissão do presidente nacional do DEM é no mínimo um ato de covardia", disse Demóstenes para a imprensa nesta quinta-feira (11), enquanto José Roberto Arruda era preso pela PF. Acrescentou que tem cobrado "diuturnamente" uma posição mais firme de Rodrigo Maia diante de uma situação que "extrapolou os limites do governo do Distrito federal e já atinge o partido nacionalmente".

Com a Palavra o Ex-Blog de Cesar Maia.

Da redação, com agências