Sem categoria

Sucessor de Arruda irá a Lula na Quarta-feira de Cinzas

Na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (17), o sucessor de José Roberto Arruda, Paulo Octávio, tem audiência marcada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador do Distrito Federal, que é alvo de quatro pedidos de impeachment e permanece no DEM, disse ao Estado de S. Paulo que quer conversar com Lula sobre a "turbulência política" no DF, a possibilidade de intervenção e "obter apoio para garantir a governabilidade".

A possibilidade de intervenção federal no GDF cresceu nos últimos dias, já que Paulo Octavio também está envolvido no bem documentado – com vídeos d gravações – escândalo de corrupção conhecido como Mensalão do DEM. Lula, porém, mantém distância e faz declarações lamentando o escândalo, temendo ser acusado de exploração político-eleitoral de um episódio que deve ter repercussões desastrosas para a oposição.

Paulo Octávio, além de vice de Arruda, era presidente do DEM-DF. Afastou-se deste último cargo ao assumir o governo, mas diz que quer permanecer no partido.

"Não cogito (sair do DEM), e espero que isso não aconteça. Não tem sentido, porque acabei de assumir o governo", afirmou o governador, ao final de uma visita às obras do Hospital de Base. Ele alega que não recebeu nenhuma ligação do comando da sigla para tratar do assunto, que disse saber pela imprensa.

Para o líder do partido no Senado, Agripino Maia (RN), "é um direito dele não deixar o DEM". Com três meses de atraso, o partido divulgou um comunicado de sua Executiva Nacional "determinando" que os seus filiados deixem os cargos que ocupem no GDF, sob pena de sanção. Paulo Octávio não é excluido, mas o partido não iniciou nenhum processo disciplinar contra ele.

Agripino mostrou-se amargurado com o impacto do Mensalão brasiliense: "O limite de constrangimento que o caso Arruda impôs ao partido chegou ao extremo. O DEM, como instituição, não merece pagar o preço que a crise do DF está lhe impondo", disse.

O senador avaliou que a situação está ficando "delicada", mas disse que o partido só vai agir no caso de "denúncias consistentes". "Ele (Paulo Octávio) é um governador filiado ao partido e o partido não dá suporte a seu governo, porque não permite que seus filiados participem do governo. Se houver denúncias consistentes, o partido não hesitará em pedir o seu afastamento", comentou.

Outra ala do DEM clama por uma punição imediata, temendo os efeitos eleitorais do escândalo. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reafirmou sua posição de pedir a expulsão de Paulo Octávio, caso ele mesmo não tome a iniciativa. Ele reiterou que na próxima quinta-feira vai apresentar pedido de intervenção no diretório do Distrito Federal e o desligamento de membros do DEM que estiverem no governo.

Na prisão, Arruda está 'deprimido'

Desde a quinta-feira passada, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão do governador José Roberto Arruda, Paulo Octávio está articulando a sua sobrevivência política e, ao mesmo tempo, tentando viabilizar um governo de coalizão que ajude o Supremo Tribunal Federal a não decretar a intervenção no DF. Lula disse em Goiânia, na sexta-feira passada, que acatará a decisão de intervenção, se o STF decidir pela medida.

O único governador eleito pelo DEM em 2006, José Roberto Arruda, passa o carnaval preso preventinamente, por decisão do STJ (Tribunal Superior de Justiça) devido a uma tentativa de suborno flagrada pela Polícia Federal. Um pedido de habeas corpus junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi rejeitado. Segundo relato das poucas pessoas que tiveram contato com ele em sua cela na PF, ele está "deprimido".

Da redação, com agências