Capangas armados provocaram conflito em Ponta Grossa, diz MST
Empregados do tenente coronel reformado da PM Valdir Copetti Neves, portando armas de fogo, provocaram o confronto deste sábado (13) na Fazenda São Francisco 2, na zona rural de Ponta Grossa (120 km de Curitiba). O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que ocupou a terra, alega que as famílias agiram 'em nome da própria segurança' quando o tenente coronel – que se especializou em expulsar sem-terra, mandou seus empregados atirarem.
Publicado 15/02/2010 12:08
Valdir Copetti Neves diz ser o proprietário das terras, mas é contestado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o caso está na Justiça. Ele ficou célebre na PM do Paraná por ter expulsado sem-terra em mais de 90 operações de reintegração de posse.
A Fazenda São Francisco 2, com 600 hectares, foi ocupada nove dias atrás por 200 famílias lideradas pelo MST. A poucos quilômetros da fazenda encontra-se o assentamento Emiliano Zapata, já destinado para a reforma agrária, em área que também pertencia à Embrapa.
Quando ocorreu a ocupação, o tenente coronel PM estabeleceu seu QG na Fazenda São Francisco 1, vizinha à ocupação, levando para lá empregados e familiares. Militantes do MST fotografaram e filmaram com celulares a movimentação de homens armados no campo adversário (veja a foto). O MST chegou a erguer uma cerca entre os dois lados, instalados a apenas 150 metros um do outro, para evitar um confronto.
Na tarde de sábado, o MST acusou os funcionários de Neves de cercarem, armados, o acampamento dos ocupantes. Em resposta, os sem-terra avançaram sobre o acampamento adversário e os expulsaram do local. Do outro lado, as acusações são de que os invasores do MST partiram para cima sem ser provocados.
O próprio tenente coronel, uma filha e dois empregados estiveram no Hospital da Santa Casa de Ponta Grossa, alegando terem sido feridos durante o confronto, sem gravidade. O oficial reformado negou que seus homens estivessem armados. Disse que, se estivessem, as agressões não teriam ocorrido e poderia haver feridos também do outro lado.
Da redação, com agências