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Europa dos ricos dá ultimato à Grécia, que irá à greve geral

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) deu 30 dias nesta terça-feira (16)para que a Grécia prove que o seu drástico plano de ajuste pode dar resultados. Mas adiantaram qu, em caso contrário, vão impor "reformas profundas". Na prática, a UE liquidou com a soberania grega e pôs o país sob tutela. A resposta virá na greve geral do dia 24, que é em defesa dos direitos dos trabalhadores mas terá também um forte conteúdo patriótico.

"Se os riscos que ameaçam o cumprimento dos objetivos se materializarem, a Grécia deve anunciar medidas adicionais ainda em março", ameaçou o comissário de Assuntos Econômicos da UE, Olli Rehn.

A vigilância forçada ainda prevê que, no dia 15 de maio, a Grécia apresente um novo relatório explicando as medidas que adotou para implementar as reformas. Para os 16 países que formam a zona do euro, medidas adicionais são praticamente inevitáveis. "A Grécia deve entender que os contribuintes da Alemanha, Holanda ou Luxemburgo não estão dispostos a corrigir as falhas do país", indicou o presidente da zona do euro, Jean Claude Juncker.

A Europa dos mercados reagiu bem à linha dura imposta à Grécia na reunião ministerial de dois dias. O euro teve a maior alta em um só dia desde julho, de 1,2%. As bolsas também tiveram resultados positivos. Em Londres, a alta foi de 1,5%, igual à da Alemanha. Em Paris, a alta foi de 1,7%. A Bolsa de Tóquio já abriu em alta de 1,35% nesta quarta-feira.

As medidas impostas pela UE interferem abertamente na política interna grega, sempre para retirar direitos dos trabalhadores de modo a beneficiar o setor financeiro. Elas incluem: reformas do sistema previdenciário, com aumento do tempo mínimo para aposentadoria e do tamanho das pensões; congelamento dos salários e cortes maciços no funcionalismo, assim como um aumento das taxas de desemprego em geral.

Onda de greves

O verdadeiro enquadramento da Grécia à moda do FMI (não está excluído um recurso formal ao Fundo) despertou uma onda de indignação e de greves no país.

As greves em protesto contra as medidas econômicas que o governo grego adotou para solucionar a grave crise que o país enfrenta começaram nesta terça-feira e devem continuar até a paralisação geral convocada para 24 de fevereiro.

Cerca de 3.500 funcionários da Alfândega pararam hoje e ficarão sem trabalhar até quinta-feira, em resposta ao aumento dos impostos, aos dos bônus e às mudanças na aposentadoria. A paralisação pode gerar problemas de abastecimento de alimentos e combustíveis.

Na sexta-feira começará um protesto dos donos dos postos de gasolina, convocado contra a obrigação dos frentistas de agora emitir nota fiscais, com o inuito de limitar o mercado negro.

Ainda no mesmo dia, aproximadamente 16 mil taxistas farão uma paralisação pelos mesmos motivos: a obrigatoriedade da emissão de comprovantes fiscais.

Dentro de uma semana, na quarta-feira que vem (24) haverá uma greve geral nacional de 24 horas.

Da redação, com agências