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Greve geralna Grécia responde ao corte de direitos

Convocada pela Frente Sindical de Luta (Pame), com o apoio do Partido Comunista da Grécia e de outros partidos da esquerda (Syrisa), a greve geral de dia 17 foi uma resposta dos trabalhadores aos planos anti-sociais do novo governo. Na mesma semana, o governo grego anunciara drásticos cortes na despesa pública, afetando os direitos de segurança social, saúde, e os salários dos trabalhadores.

O Partido Comunista da Grécia (KKE) apelou à resistência e à participação na greve geral que teve forte impacto em todo o país.

À jornada de protesto aderiram várias federações sindicais de diferentes sectores de actividade, designadamente da construção civil (a maior do sector privado), da indústria alimentar, dos trabalhadores da imprensa e gráficos, do têxtil, curtumes, hospitais privados e da indústria farmacêutica, bem como numerosos sindicatos profissionais, como o dos engenheiros da marinha mercante que conseguiram «congelar» a navegação em todo o país.

A convocação da greve gerou uma tal dinâmica, lê-se no site do KKE, que no próprio dia uma série de sindicatos que não integram a central Pame anunciaram a sua adesão, como foi o caso dos jornalistas de todos os órgãos de Atenas e de outras cidades.

Daqui resultou que não houve noticiários televisivos ou radiofónicos, jornais nacionais, bem como foram interrompidos os serviços da agência nacional ANA

Protesto de massas

Em 63 cidades, a Pame organizou manifestações e concentrações que juntaram muitos milhares de trabalhadores, sendo particularmente massivas em Salónica e Atenas. Na concentração na capital participou uma delegação do Comitê Central do KKE, encabeçada pela secretária-geral do partido, Aleka Papariga.

No Porto do Pireu, Aleka Papariga realçou a importância da greve na navegação, a qual, apesar de ter sido considerada ilegal e proibida pelos tribunais, fez com que nem um só navio soltasse amarras.

Significativo é ainda o fato de as duas maiores confederações sindicais, a GSEE, do setor privado, e a Adedy, na função pública, ambas sob influência social-democrata, não terem aderido à greve, sendo que a primeira apelou expressamente aos seus associados para não participarem na jornada de protesto.

Fonte: Avante (http://www.avante.pt)