Educadores rejeitam proposta do Governo e aprovam greve
Em assembleia estadual ocorrida ontem, 24, em Palmas, os trabalhadores em educação da rede estadual de ensino rejeitaram a proposta do governo estadual sobre o reajuste salarial e aprovaram indicativo de greve, se até o dia 08 de Março o Governo não negociar com a categoria o reajuste de 33,75.
Publicado 25/02/2010 14:01 | Editado 04/03/2020 17:22
Foi a maior assembleia estadual já realizada. Cerca de 1.300 trabalhadores, representantes de todas as regionais, se fizeram presentes.
De última hora, antes da Assembleia, precisamente dia 23 a tarde, representantes do Poder Executivo chamaram o SINTET para uma reunião para apresentar uma contraposta. O Governo propôs uma recomposição salarial no valor de 19,74%, porém já levando em conta os 5% já dado pelo executivo em outubro último, por ocasião de nossa data-base. Ou seja, um reajuste efetivo de apenas 14,74% a partir do mês de abril. Com essa proposta o salário inicial dos professore em início de carreira se “igualaria” aos demais profissionais do mesmo nível do Quadro Geral. Resumindo: todos já ganhavam mais que um professor. Chega-se ao absurdo de algumas categorias apenas com ensino médio, em início de carreira, ganhar mais que um professor! Além disso, somos a categoria do executivo de nível superior com o menor teto salarial. Pelas atuais carreiras, por exemplo, um Delegado de Polícia chega a um teto de R$ 9.901,53. Um servidor Público do quadro geral tem um teto de 5.009,04, enquanto a do professor da Educação Básica é de apenas 3.938,76!
Esperamos uma contraproposta do Governo, condizente com a que pleiteamos e com a que merecemos. Caso não se chegue a um acordo, a categoria entra em greve por tempo indeterminado, automaticamente.
É bom frisar que o nosso movimento não se limita apenas à questão salarial, mas se estende a outros temas de igual relevância, como a valorização dos funcionários de escolas, melhores condições de trabalho e não à terceirização de funcionários de escola, como já se cogita no Governo. Outro tema que somos contra é a militarização das escolas públicas, pois menospreza os profissionais da Educação, inicialmente em relação aos salários. Um coronel da Policia Militar que assume o cargo de diretor de unidade de ensino, como ocorreu no CEM de Palmas, ganha o equivalente a R$ 7.977,44. Agora, perguntamos: quanto ganha um diretor?
Assembleia Legislativa
Após o ato público realizado pelo reajuste salarial nas principais ruas da cidade e em frente ao Palácio Araguaia, o presidente do SINTET José Roque Santiago e o secretário-geral Elis Raik de Carvalho se reuniram com a deputada Josi Nunes na Assembleia Legislativa. O projeto de lei que tratava da recomposição salarial da categoria já estava na Casa para apreciação. Diante do posicionamento do SINTET, a deputada propôs a retirada do projeto para que seja reiniciada uma discussão. Ficou marcada uma primeira reunião para amanhã às 9 horas, entre o sindicato e a comissão de Educação da Assembleia para uma conversa mais aprofundada sobre o assunto.
Fonte: Sintet