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Nova etapa na luta sindical

A primeira Conclat ocorreu há três décadas no bojo do grande crescimento da luta operária que ocorreu desde 1978 e acelerou o fim da ditadura militar.

Uma reunião desse porte é sempre difícil de se realizar em virtude, principalmente, da resistência patronal ao avanço da luta dos trabalhadores. A 1ª Conclat reuniu, na cidade paulista de Praia Grande, entre 21 e 23 de agosto de 1981, mais de 5.030 delegados de mais de mil entidades sindicais de todo o Brasil. Foi a primeira grande reunião intersindical desde 1964 e tinha a ambição de unificar a luta operária em uma única entidade geral.

O sindicalismo, que havia sido dizimado pela ditadura militar, começava então a se reorganizar e a retomar suas entidades gerais. A 1ª Conclat foi um importante momento no avanço da luta naquela época, com repercussão nas décadas seguintes.
A pauta daquela primeira Conclat incluiu assuntos como direito ao trabalho, saúde e previdência social, política econômica e salarial, problemas nacionais, além do projeto de criação de centrais sindicais para levar adiante a luta dos trabalhadores.

Embora a unidade não tenha sido possível, foi daquele movimento que surgiram as principais correntes hoje hegemônicas no movimento sindical. A Central Única dos Trabalhadores organizou-se à parte em 1983. Os comunistas permaneceram na CGT, em nome da unidade sindical, até 1988, quando criaram a Corrente Sindical Classista, que depois se filiou à CUT. E a CGT, mais tarde, foi o núcleo em torno do qual se organizou a Força Sindical. Da mesma forma, as demais centrais hoje atuantes partilham daquele mesmo tronco que estava enraizado nas lutas operárias da década de 1970.

A busca da unidade, naquela ocasião, tinha como eixo a construção de uma única central. Não foi possível, assim como não foi possível, nas décadas seguintes, a convocação de uma nova Conclat. Foi o período de hegemonia neoliberal e de ataques às organizações sindicais, sob a mira dos patrões e dos governos de Fernando Collor e, depois, Fernando Henrique Cardoso, que impuseram um longo intervalo de defensiva da luta operária. Isso mudou e, hoje, os trabalhadores retomam a ofensiva e também a busca da unidade na luta, agora expressa na existência de um conjunto de centrais sindicais que articulam a ação unitária em torno do Fórum das Centrais Sindicais. É uma nova etapa da luta, que promete grandes êxitos e vitórias.