Novos desafios foram tema do Seminário Partido e Juventude 2010
A Secretaria de Juventude do PCdoB/CE realizou neste sábado (27 de fevereiro), o Seminário Partido e Juventude 2010. Representantes de Maranguape, Itapipoca, Crateús, Sobral, Potengi e Fortaleza participaram do encontro que contou com a presença de Júlio Vellozo, Secretário Nacional de Juventude do PCdoB.
Publicado 27/02/2010 18:27 | Editado 04/03/2020 16:34
Na abertura do evento, o Secretário Estadual de Juventude do PCdoB/CE, Gilvan Paiva apresentou as novas diretrizes da secretaria para este biênio. “Nós que fazemos a nova direção estadual do PCdoB no Ceará estamos concentrados no esforço de melhorar e ampliar as ações do Partido em todas as suas esferas”, reforçou.
Os três eixos centrais de atuação da Secretaria de Juventude apresentados por Gilvan são a construção de uma política de juventude do PCdoB buscando compreender e atualizar as peculiaridades locais, levando em conta o conceito de autonomia organizativa da União da Juventude Socialista (UJS); mobilizar a Juventude tendo em vista a vitória eleitoral do Partido e uma maior visibilidade da UJS; e ainda ocupar um maior espaço político visando a hegemonia política a partir da presença em entidades representativas do movimento estudantil, de espaços institucionais e dos movimentos sociais.
Segundo Gilvan, a juventude cearense tem grande espaço para crescimento na atuação no Ceará. “Temos claras chances de disputar a hegemonia no Estado. E este seminário é o pontapé inicial dessa caminhada”, afirmou.
2010: ano decisivo
Júlio Vellozo, Secretário Nacional de Juventude do PCdoB, apresentou o projeto estratégico de atuação do Partido para a juventude comunista. “Este debate, porém, é apenas um aperitivo, um incentivo para que nós nos dediquemos ainda mais na conquista destes desafios”, ressaltou.
O secretário alerta, porém, que as ações propostas para os jovens não devem ser apenas deles. “O projeto não é só da juventude, mas de todo o PCdoB. A UJS é apenas mais um instrumento partidário para a conquista de uma sociedade mais justa. É fundamental que os dirigentes tenham clareza disso, que o Partido se envolva e encare o desafio como sendo de todos”, ratificou.
O comunista fez um balanço sobre a atual conjuntura política brasileira. “Vivemos um novo ciclo de abertura das forças políticas. Abriram-se também novas oportunidades para os brasileiros e acompanhamos importantes mudanças para a juventude. Podemos citar o Programa Universidade para Todos (Prouni), a criação de novas escolas técnicas em todo o país e a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni)”, enumerou.
Júlio Vellozo destacou também o protagonismo da UJS no cenário político nacional. “Temos que compreender que o nosso planejamento deve ser feito baseado nesse novo ciclo. As eleições deste ano irão impactar de forma decisiva no resultado do nosso trabalho. Teremos um cenário com a vitória de Dilma e outro completamente diferente caso o candidato da direita volte ao poder”, enfatizou.
Para o secretário, o trabalho da UJS tem aumentando de forma ascendente. “Ao logo destes anos acumulamos forças e passamos a viver um protagonismo no cenário nacional. Isso nos trouxe outros grandes desafios”, afirmou. Segundo Júlio Vellozo, o “contentamento comodista” tem sido o maior deles. “Nosso trabalho está aquém das necessidades de um partido revolucionário como o nosso. Estamos atuando como que para manter o que temos sem nos preocupar com os avanços. Este parâmetro relativista ao medir nossos esforços está defasado”, afirma. O comunista afirma que, para os objetivos estratégicos do PCdoB, o trabalho ainda é muito pouco. “Nos contentarmos com nossas conquistas é rebaixar nosso papel revolucionário”, admitiu.
“Pensar longe e atuar com foco”
Para romper com o chamado “contentamento comodista” e partir para objetivos mais ousados, o Secretário Nacional de Juventude do PCdoB propõe objetivos estratégicos a longo prazo. “Nosso ano referência será 2022. Este ano não foi escolhido a toa, pois representa o centenário do PCdoB e os duzentos anos da Independência do Brasil”, justificou. Segundo Julio Vellozo, é preciso avançar na hegemonia da juventude comunista através de ideias e ações. “Deveremos nos concentrar nos movimentos sincrônicos de formar uma UJS de massas e com atuação diversificada, não limitada apenas ao movimento estudantil”.
O comunista afirma que pensar em 2022 pode parecer algo ainda distante mas que é preciso romper paradigmas para alcançar a data com vitórias. “Nossos projetos deverão ser executados a partir de agora. Devemos pensar longe e atuar com foco”, defendeu.
Desafios para agora
Júlio Vellozo destacou três eixos de atuação da juventude comunista: a UJS; as Políticas Públicas para a Juventude (PPJ); e ainda a estruturação partidária. Na UJS, segundo o secretário, é preciso ampliar o protagonismo já reconhecido pelas instituições. “Precisamos torná-la importante também nas massas. Devemos dar destaque às ações da UJS não só a nível nacional, mas também a nível estadual e ainda aumentar a propaganda da entidade junto à juventude, através de campanhas ideológicas, políticas e organizativas”, defendeu.
No eixo das PPJ’s, Júlio defende a linha de combate à visão focalista da maioria, tentando ver a juventude como um todo, sem suas especificidades. “Defenderemos que a política de juventude não seja política de governo e sim política de Estado. Independente de quem seja o presidente, queremos nossos direitos garantidos”, ratificou.
“A juventude comunista é o celeiro da política de quadros do PCdoB. Podemos citar como exemplos o Orlando Silva (Ministro dos Esportes), a Manuela D’Ávila (Deputada Federal) e tantos outros destaques do nosso Partido. A política de quadros e o seu fortalecimento é a chave da nossa vitória”, afirma Vellozo. Segundo o comunista, é necessário que o Partido incentive a formação política e ideológica dos jovens apoiando iniciativas da UJS. “Devemos criar uma dinâmica de formação da nossa juventude. O desafio consiste também em darmos o acompanhamento político da UJS ficando atentos aos dois extremos: o abandono e o tutelamento. É preciso muito bom senso para escapar dos dois desvios.”, defendeu.
No encontro foram discutidos ainda o planejamento e as jornadas de luta da juventude no Ceará e no Brasil.
De Fortaleza,
Carolina Campos