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PCdoB discute desafio de organizar militância que cresce

O PCdoB está crescendo. A informação, já conhecida, foi confirmada pelos secretários de organização do Partido no 6º Encontro Nacional de Organização que acontece em Brasília neste final de semana. O desafio agora é organizar essa militância que chega ao partido de norte a sul do país.

O secretário do Maranhão, Gerson Pinheiro, acredita que o evento vai definir ações para concretizar a política de quadros aprovada no 12º Congresso do partido realizado em novembro do ano passado. Cora Schiappetta, do Rio Grande do Sul, espera o mesmo.

O secretário nacional de organização do partido, Walter Sorrentino, que presidiu o evento, correspondeu à expectativa dos secretários, acenando com sugestões práticas para a implementação da política de quadros. E estimulou os companheiros ao dizer que “somos a vela que o Renato (Rabelo) falou, temos que estar com a vela aberta para quando o vento chegar, a gente navegue.”

Ele anunciou a necessidade de estruturar melhor o partido para atender a luta política. “É um desafio e não mera repetição de trabalho. A proposta é avançar, avançar e avançar, não fazer mais do mesmo”, disse, repetindo as palavras da pré-candidata à Presidência da República, Dilma Roussef.

“O objetivo é definir rumos organizativos à luz dos desafios políticos”, disse Sorrentino, acrescentando que as resoluções aprovadas no Encontro Nacional serão levadas ao debate do Comitê Central.

Partido de quadro X partido de massa

“O modo mais eficaz de organizar esse partido é criar vida militante e garantir mais estabilidade. Estabelecer relação dos militantes entre si, com a direção e com a sociedade em um trabalho profissional, sem amadorismo ou espontaneismo”, diz Sorrentino, que faz projeções para daqui a quatro anos o PCdoB ter 300 mil militantes.

E anuncia que o grande tema do encontro é a mudança de direção e de eixo da secretaria organizativa, que visa essencialmente à política nacional de quadros e alcançar estágio de militância mais estruturada.

“O problema da política de quadros é transformar em projetos viáveis e sistêmicos, com sentido finalista, onde queremos estar daqui a quatro anos”, explica o líder comunista, acrescentando que as ações devem ser de renovação da direção e formação de quadros intermediários para dotar o partido de mais vida militante.

A organização precisa de pauta política para a base, agenda de atividade para botar para funcionar e pivôs (quadros intermediários) para articular pauta e agenda. Sorrentino lembrou que hoje as reuniões para combinar ação política podem ser virtuais, o que facilita o trabalho.

Ele lembrou que existe diferença entre um partido de quadros e um partido de massa. “Organizar um partido de massa exige mais esforço, mas as condições são favoráveis porque o Partido está em crescimento”, destaca, conclamando os secretários de organização a renovar nosso discurso e liderá-lo no partido, porque a organização envolve todo o conjunto da direção geral porque é uma necessidade política.

Mais dificuldades

Gerson Pinheiro disse que no Maranhão existem localidades em que só se chega de jegue, destacando as dificuldade de organização no estado que tem recebido um número crescente de novos filiados, inclusive oriundos de partido de direita.

Para tentar superar as dificuldade, ele conta que o estado foi dividido em 13 grandes regiões, onde um cidade-sede organiza os trabalhos de orientação política e agenda de eventos. Ale do crescimento numérico, o partido no Maranhão se depara com o desafio de enfrentar uma campanha majoritária com a candidatura de Flávio Dino para o governo do estado. O partido vive uma situação mais difícil com a candidatura de Flávio Dino encontrado no espectro político como alternativa. “Não é só um desejo do partido (a candidatura), mas uma necessidade do estado”, avalia, lembrando que a tarefa agora é trazer os outros partidos – PT e PSB – para implementar a candidatura.

Abel Rodrigues, secretário de organização do PCdoB do Ceará, também participa do encontro na expectativa de encontrar ajuda para superar as dificuldades de organizar o partido que cresce exponencialmente. Ele diz que o partido, desmentindo todas as expectativas de que o socialismo tinha acabado, teve um crescimento importante do ponto de vista numérico, político e teórico.

Para ele, o encontro é o momento de “colocar a bola no chão e concretizar os planos”, anunciando em 2010 o partido tem condições reais de eleger dois deputados federais e dois estaduais e direito e autoridade para participar das conversações sobre a formação das chapas majoritárias. “E vamos trabalhar para nos próximos anos crescer ainda mais.”

Cora Schiappetta diz que no Rio Grande do Sul, o partido está no mesmo ritmo dos outros estados, vivendo um momento promissor, de crescimento, o que representa desafio de ter atitude importante e consciente na ação da organização para dar adequação ao momento que ele vive. “E vamos obter excelentes resultados para formar um partido grande, influente e forte”, diz, sem poupar entusiasmo.

Luis Fernando Crespo, do município de Campos de Goytacazes (RJ), participa do encontro com objetivo de obter mais informações sobre o processo eleitoral. Ele, a exemplo dos demais companheiros, avalia que o partido está com grande possibilidade de ampliar bancada federal e estadual. “As eleições ajudam no trabalho de organização”, diz, destacando a candidatura da professora Odete, que desponta como alternativa aos dois partidos que se revezam no poder no município – PMDB e PTB.

Da sucursal de Brasília,
Márcia Xavier