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Orlando: Polêmica dos royalties não vai afetar Olimpíada de 2016

"É hora de sentar à mesa e negociar. Aposto em um entendimento. A mobilização de ontem mostrou a força do Rio, e as Olimpíadas vão acontecer", disse o ministro. Orlando Silva não acredita que o texto da emenda aprovado na Câmara seja aprovado, nos mesmos termos, no Senado.

Sobre a distribuição dos royalties do pré-sal, o ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou nesta quinta-feira (18) que o momento não é de radicalização, mas de negociação. Ele lembrou que a proposta aprovada no Senado terá que voltar à Câmara, e este será o espaço para a negociação.

“Não tenho a menor dúvida de que os serviços de segurança, mobilidade urbana e equipamentos esportivos para as Olimpíadas serão realizados com a maior eficiência e estarão prontos no prazo previsto. Creio que temos que enfrentar todos os desafios, porque as Olimpíadas não serão apenas os jogos no Rio de Janeiro, mas jogos do Brasil”, ratificou o ministro.

De acordo com Orlando Silva, não há problema fiscal, orçamentário ou de qualquer natureza que possa abalar o compromisso do governo brasileiro com os Jogos Olímpicos Rio 2016. O ministro esteve presente no Seminário “A Olimpíada e a Cidade – Conexão Rio – Barcelona”, primeiro de uma série que objetiva conhecer e divulgar experiências relacionadas aos Jogos Olímpicos como instrumento de desenvolvimento das cidades-sedes.

Barcelona aproveitou a realização dos Jogos de 1992 e os transformou, para além de evento esportivo, em poderoso aliado na sua grande transformação urbana, que ainda hoje é uma referência mundial.

O prefeito Eduardo Paes reiterou a opinião do ministro e deixou claro que não acredita que a emenda Ibsen vá ser aprovada. "Sem os R$ 7 bilhões, nem as Olímpiadas nem nada acontece no Rio. Mas é tão sem nexo que não acredito que essa medida vá prosperar", disse Paes.

Cabral usou jogos para pressionar

Na semana passada, o governador Sérgio Cabral chegou a dizer que a emenda Ibsen Pinheiro ameaçava a realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo. "Essa emenda inviabiliza Olimpíadas e inviabiliza Copa do Mundo. As prefeituras param. O estado não terá recursos. No nosso caso, para tudo", afirmou Cabral, de acordo com o relato do G1.

De acordo com o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, a medida, se aprovada, fatalmente irá gerar uma quebra de contrato com o Comitê Olímpico Internacional: "A redução da receita da exploração do petróleo deixará o Estado do Rio de Janeiro sem condições de fazer as obras necessárias para os Jogos Rio 2016", afirmou Nuzman, em nota oficial.

Nuzman, no entanto, disse que os jogos não serão inviabilizados por causa disso e, se for preciso, o governo federal garantirá os recursos necessários para a plena realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

Lula diz que o problema é do Congresso

Momentos antes de voltar para o Brasil, depois de uma viagem de cinco dias ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (17) que não vai se envolver na polêmica sobre os royalties. O presidente afirmou que já havia alertado a todos os líderes sobre o risco de haver problemas este ano, devido às eleições, e avisou que a questão terá de ser resolvida no Congresso Nacional.

"Já cumpri minha parte. Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político e que em ano de eleição todo mundo quer fazer gracinha. Disse que era para deixar para o ano que vem, pois tudo isso é para 2016. Não precisaria dessa pressa agora. Portanto, meus companheiros, a bola está nas mãos do Congresso Nacional e o Congresso que resolva o problema", declarou.

Lula não quis dizer se faria o veto pedido pelo Rio e evitou fazer qualquer comentário a respeito. Ele disse que, se o que sair do Congresso for muito diferente da proposta do Executivo, vai se "debruçar em cima do que for aprovado". O presidente destacou que, com exceção do projeto dos royalties, tudo tem sido feito de comum acordo.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, por sua vez, afirmou nesta quinta-feira acreditar que o senado irá reformular o projeto de lei que institui o regime de partilha de produção e que inclui também a questão da redistribuição dos royalties do petróleo.

"O entendimento que eu tenho é que parece que há falta gravíssima no que foi votado, porque a Constituição diz que uma parte deve ser destinada aos estados produtores. Não fala quanto (mas que uma parte precisa). Com certeza isso é algo que exige no Senado uma reformulação", afirmou Bernardo no programa " Bom Dia Ministro".

Da redação,
com agências