Resistência: Crise acirra luta de classes na Europa
Os trabalhadores resistem aos ataques a seus direitos
Publicado 18/03/2010 13:22 | Editado 13/12/2019 03:30

Por obra e graça dos banqueiros, o peso da crise mundial está sendo jogado sobre os ombros dos trabalhadores. Mas isto não ocorre sem resistência, e é visível o acirramento da luta de classes entre capital e trabalho em vários países, principalmente no velha Europa.
No dia 24 de fevereiro a Grécia foi paralisada por uma greve geral que teve a adesão de pelo menos 80% dos trabalhadores. O país que foi berço da civilização ocidental é agora um elo frágil do imperialismo europeu e está às voltas com uma autêntica crise da dívida externa.
Sob forte pressão da União Europeia, o governo grego adotou medidas duras contra os trabalhadores com a desculpa de impedir a moratória e garantir o pagamento das dívidas contraídas principalmente com os banqueiros alemães. Elevou a idade da aposentadoria, cortou salários e benefícios e aumentou impostos. Os trabalhadores gregos estão em pé de guerra e prometem novas ações.
Espanha e Portugal
A Grécia não está só. No dia 4 de março, Portugal foi palco de uma greve geral do funcionalismo público contra o congelamento dos salários e a redução de direitos impostas pelo governo social-democrata de José Sócrates. O movimento teve adesão maciça das bases.
Na Espanha, o movimento sindical realizou grandes manifestações na segunda quinzena de fevereiro contra a proposta de aumentar a idade da aposentadoria, anunciada pelo governo. Na França, Alemanha e outros países multiplicam-se as greves e manifestações.
Em resposta à crise os governos mobilizaram trilhões de dólares para salvar o grande capital e os bancos. O resultado foi o agravamento da crise fiscal, que estourou do lado mais fraco (Grécia e, em menor medida, Portugal). E agora as classes dominantes apresentam a conta à classe trabalhadora, que não aceita pagar. É expressão do fracassado neoliberalismo que muitos julgavam morto com a crise. A classe trabalhadora há de pavimentar na luta um caminho alternativo a este odioso modelo de política econômica.