Venezuela descarta falta de alimento por racionamento de energia
O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, afastou a hipótese de desabastecimento de alimentos por causa do racionamento de energia no país. Desde o fim de 2009, os venezuelanos enfrentam uma crise no setor energético. Segundo Jaua, o fornecimento de energia está garantido em áreas essenciais, como saúde e bancos. A partir desta segunda, o governo começa a punir, suspendendo a eletricidade, as empresas que não cumpriram a meta oficial de redução do consumo elétrico.
Publicado 22/03/2010 12:09
“Em momento algum, haverá paralisação no setor do agronegócios, nem nos supermercados e na distribuição alimentos. No setor de saúde e nos bancos públicos, asseguramos o fornecimento de eletricidade confiável”, afirmou Jaua, segundo site da imprensa oficial, a Agência Bolivariana de Notícias.
O governo venezuelano suspenderá a partir desta segunda, por 24 horas, o fornecimento de energia para 96 empresas que não reduziram seu consumo elétrico em 20%, como estabelecia decreto firmado em fevereiro. De acordo com o vice-presidente venezuelano, Elías Jaua, “96 altos consumidores” sofrerão a medida, por “não responderem à consulta” sobre os motivos da manutenção de seu nível de consumo.
Se mantiverem o consumo elevado, as empresas sofrerão um corte maior, de 48 horas, em abril. Quem persistir terá o fornecimento elétrico suspenso por prazo indeterminado, até que “termine a emergência elétrica”, possivelmente em maio.
O ministro de Energia Elétrica, Ali Rodríguez Araque, disse que os investimentos feitos no setor da eletricidade vão influenciar de forma positiva na atividade produtiva e no Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela, mas não quis arriscar valores.
De acordo com o ministro, ainda não se sabe exatamente qual será o impacto do racionamento na produção. . ", "Mas", ressaltou Araque, "continuo convencido de que os investimentos realizados no setor da eletricidade terão influência positiva sobre o PIB, embora, naturalmente, o racionamento e outros fatores que surgem causem efeitos negativos.”.
As dificuldades do governo de Hugo Chávez acentuaram-se no ano passado. Em dezembro, o presidente foi à televisão informar sobre as dificuldades no setor de água e energia por causa da falta de chuvas. Houve redução dos níveis da água na Barragem Guri, onde está instalado o complexo que produz 70% da eletricidade no país.
Chávez foi obrigado a anunciar planos de racionamento de energia, principalmente nas grandes cidades, como a capital, Caracas, e Mérida, e os venezuelanos se queixam da falta de mercadorias básicas, como leite e manteiga nas prateleiras.
Com uma economia baseada no petróleo e derivados, o governo da Venezuela avalia que é mais viável importar algumas mercadorias do que produzir, baseado no déficit na oferta de alimentos e de outros bens e serviços.
Só na relação com o Brasil, o governo Chávez tem um saldo de mais de US$ 3 milhões – favoráveis aos brasileiros. Mas, com a redução do preço do barril de petróleo no mercado, a situação econômica no país tornou-se mais delicada.
Com agências