Com cenário indefinido, siglas ultimam composições

PT prega candidatura própria; PMDB quer petista de vice, enquanto DEM e PSDB defendem união com peemedebistas

A 15 dias do final do prazo de desincompatibilização dos pretendentes a disputar as eleições desse ano, os partidos buscam afinar as composições, em um cenário que, por enquanto apenas a virtual coligação DEM e PSDB parece mais consolidada. O PT, que ontem reuniu sua executiva, definiu que terá candidatura própria ao governo do Estado e que o pré-candidato, o prefeito de Palmas, Raul Filho, será trabalhado mais fortemente até o dia 30, prazo fixado para o anúncio do nome que irá concorrer às eleições de 3 de outubro. O PMDB, por seu presidente, Osvaldo Reis, nega rompimento de acordo que ele diz sequer ter existido com o PT, mas acredita na aliança com os petistas que indicariam um vice. Já o PSDB, em nota do presidente regional Ernani Siqueira, defende a posição de tentar levar o PMDB para a coligação com o DEM.

Após reunião da executiva estadual petista, fechada à imprensa, o presidente Donizeti Nogueira informou que ao decidir por candidatura própria, o PT irá fortalecer o nome do prefeito Raul, ao passo que negou o nome do ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão como segunda a opção caso Raul não deixe a Prefeitura de Palmas dia 3 de abril. Ele garantiu que Mourão não se colocou como pré-candidato e disse não ter havido conversas com ele sobre o assunto. “É o nome do prefeito (Raul Filho) que estamos discutindo e trabalhando”. A executiva marcou nova reunião para a terça-feira, com todos os prefeitos da sigla, em Guaraí – data da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva- com pauta que inclui a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 1, de autoria do Executivo, que propõe a criação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) de onde o partido irá tirar posicionamento sobre o tema.

Na reunião, Nogueira reafirmou que o acordo entre PT e PMDB para seguir unidos nas eleições de 2010 foi quebrado pelo PMDB, mas, ao admitir ainda contar com o partido para a disputa, frisou ter apoio firmado com o PTN e manter conversas com o PCdoB, PSB e PDT, além de outros partidos da base do presidente Lula, incluindo o PR, do senador João Ribeiro.

O presidente estadual peemedebista Osvaldo Reis, rebateu. “Não tivemos acordo fechado. Discutimos um entendimento para uma chapa majoritária”, disse. E acusou Nogueira de ter se precipitado nas acusações. “O que eu declarei é que o partido não tem pressa. E não tem”, alegou, ao lembrar que o período das convenções está longe o que permite analisar mais o cenário político. Disse ainda que os petistas têm pressa para definir a aliança dado o prazo de desincompatibilização de Raul se esgotar em 15 dias.

Reis, porém, disse que há possibilidade que as duas siglas possam estar juntas nas eleições, mas na condição de o PMDB encabeçar uma chapa e com o PT indicando vice. Sobre quem seria o peemedebista a disputar o cargo de governador, Reis falou que aguarda o posicionamento do governador Carlos Gaguim (PMDB) se ele aceitará se candidatar a reeleição. Só depois da definição de Gaguim é que outros nomes seriam cogitados.

PSDB
Em nota enviada à imprensa, o presidente estadual do PSDB Ernani Siqueira, mostrou ser favorável a abertura de diálogo com PMDB. “O PSDB apoia toda união político-partidária em prol do desenvolvimento do Estado do Tocantins”, diz o texto que considera de “extrema importância” que interesses e necessidades da população “devem ser respeitados e colocados acima de todos os interesses particulares”.

Ainda de acordo com o texto, o “pensamento” da senadora Kátia Abreu (DEM) em abrir conversação com PMDB coincide com o propósito do PSDB, assim como o da União do Tocantins. (Theíza Cristhine, colaborou Lailton Costa)
Fonte: Jornal do Tocantins