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Abstenção na Itália cria precedente e penaliza oposição

Cerca de três milhões e meio de italianos não foram às urnas, o que teve como consequência uma taxa de participação 8% mais baixa do que a das eleições regionais de 2005.

A abstenção acabou por não penalizar o direitista PDL, o partido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, como tinham previsto as pesquisas. O PD, ou Partido Democrático, de oposição, liderado por Pierluigi Bersani desde outubro de 2009, foi o mais castigado.

Entrevistado pela agência de notícias Euronews, o analista italiano Raffaele de Mucci diz tratar-se da primeira vez que isto acontece.

"Até há poucos anos, havia uma relação direta entre a abstenção e um certo tipo de eleitores de direita. Hoje em dia, os eleitores que decidem não votar ou abster-se da competição eleitoral são, digamos, transversais e deixou de ser possível definir uma relação clara” afirma.

O governo de Berlusconi está no meio do mandato iniciado em maio de 2008. Antes das eleições, o primeiro-ministro anunciou que independentemente do resultado não faria grandes alterações no seu executivo.

No entanto, espera-se uma mudança em relação ao equilíbrio interno das coligações que dominam a política do país.

“Houve uma remodelação interna nas relações de poder que favoreceu a Lega, sobretudo no norte, em relação ao PDL. Isto torna o poder de condicionamento e de chantagem da Lega mais forte no seio da coligação de direita. E, embora de forma mais reduzida, ou menos evidente do que se esperava, da Italia dei Valori na coligação de esquerda”, defende Mucci.

O próximo desafio eleitoral na Itália ocorrerá em 2013, com as eleições legislativas.

Da redação, com agências