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BC prevê inflação mais alta e prepara novo aumento dos juros

O Banco Central divulgou nesta quarta (31)o seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI), onde eleva a previsão de inflação (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC) de 4,6% para 5,1% e diz que a possibilidade dos preços subirem além do teto estabelecido na meta (6,5%) é de 13% se a taxa básica de juros (Selic) permanecer no atual nível (8,75%).

É mais um alerta de que a Selic vai mesmo subir na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), marcada para 27 de abril. No “mercado”, por sinal, já não há dúvidas a este respeito. Sobram divergências apenas quanto ao tamanho da alta: O,5% ou 0,75%.

O relatório ressalta que a inflação no setor de serviços foi de 6,23% nos 12 meses encerrado em fevereiro, ficando bem acima do índice de preços livres (4,77% no mesmo período), “evidenciando a robustez da demanda doméstica”.

A posição dos técnicos do BC contraria a opinião da maioria dos economistas, que julgam prematuras as conclusões sobre a inflação e chamam a atenção para o fato de que os preços iniciaram uma trajetória de queda que deve ser confirmada nos próximos meses.

Hoje, o Brasil já pratica os juros reais mais altos do planeta. A perspectiva de uma nova alta preocupa e desperta indignação nas lideranças dos movimentos sociais e do setor produtivo da economia nacional, principalmente indústria, pois tem um impacto recessivo na demanda interna e nos investimentos, reduzindo o potencial de crescimento da economia.

A política monetária conservadora do BC agrada (e muito) aos credores e especuladores, que lucram com os juros altos, mas é uma péssima notícia para o desenvolvimento nacional e a classe trabalhadora, uma vez que provoca a desaceleração do crescimento e da oferta de emprego.

Da redação, Umberto Martins