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Cidade rica de SP administrada pelo DEM vive epidemia de dengue

O município de Ribeirão Preto, no interior paulista, confirmou 8.081 casos de dengue nos primeiros três meses deste ano. Ainda há 3.664 casos suspeitos em análise. A cidade, uma das mais ricas do Estado, é administrada pela prefeita Dárcy Vera, do DEM, aliada do agora ex-governador José Serra.

É o maior número de casos de dengue em toda a história de Ribeirão Preto. A epidemia foi decretada no dia 1º de fevereiro e a perspectiva que o pico de casos ocorra neste mês de abril. Apesar da gravidade do problema, a prefeita mantém um blog na internet ( http://darcyvera.blogspot.com/ ) no qual –até a tarde desta quinta-feira (1)– não havia nenhuma palavra sequer sobre a epidemia que assola a cidade.

Exames suspensos

Os exames que comprovam a doença foram suspensos por determinação do Ministério da Saúde, quando a cidade decretou estado de epidemia, passando a ser considerados como dengue todos os casos que apresentam sintomas da doença.

A suspensão dos exames na rede pública de saúde para diagnosticar a dengue elevou em 30% a procura dos pacientes nos laboratórios particulares e nos convênios médicos de Ribeirão Preto.

Histórico

A maior epidemia de dengue de Ribeirão começou a se formar ainda no final de 2009. Em janeiro de 2010 já era possível ter uma ideia de que a manifestação da doença seria grave. Ao final do mês, já eram 518 casos, número três vezes maior que o registrado em janeiro e fevereiro de 2009 juntos.

No final de fevereiro, o número de casos de dengue já tinha superado os registrados em todo o ano de 2009, com 1.674 casos foram confirmados.

A prefeitura começou a acionar na Justiça os proprietários que tiveram suas casas visitadas por três vezes e estavam fechadas ou seus moradores não autorizaram a entrada dos agentes de vetores. Cerca de 40% dos imóveis da cidade encontravam-se nessas condições, o que prejudica o trabalho dos agentes que combatiam os criadouros do mosquito transmissor.

Mas nada se compara a este mês de março, que foi o recordista de casos, com mais de 5 mil confirmações em 30 dias. Na manhã do dia 1º, a cidade registrava 1.962 casos de dengue. No dia 11, a cidade ultrapassou os 3 mil casos. Já no dia 17, a doença atingiu 4.158 casos e, no dia 22, ultrapassou a barreira das 5 mil confirmações. Dois dias depois, a cidade quebrou o recorde de 6 mil casos ocorridos na epidemia de 2006.

De acordo com o Controle de Vetores, vários fatores contribuíram para a grande proliferação do mosquito, entre eles, o clima quente e úmido e a circulação de três dos quatro tipos de vírus conhecidos. Em cada 100 casas visitadas na cidade, sete têm foco do Aedes Aegypti, transmissor da dengue. O considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde é de apenas uma casa em cada 100.

Muito mais contaminados

A Vigilância Epidemiológica acredita que o número de infectados é muitas vezes maior do que o registrado. Isso porque um estudo da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão, realizado na década de 1990, para cada doente sintomático, dez contaminados por dengue não apresentam sintomas.

Por isso, a Prefeitura de Ribeirão Preto está fazendo um inquérito epidemiológico para tentar identificar quantas pessoas foram picadas pelo Aedes Aegypti. Foram colhidas 5 mil amostras de sangue em diversas regiões da cidade.

A sorologia vai mostrar como realmente está a contaminação em cada área da cidade e ajudar no estabelecimento de estratégias para o controle da dengue nos próximos anos.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, o vírus mais comum na cidade é o tipo 1, mas os tipos 2 e 3 também estão em circulação. A única solução para acabar com a dengue continua sendo a eliminação de criadouros.

Fonte: EPTV Globo