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Lula exalta professores “que exigem, que fazem greve"

O presidente Lula encerrou na quinta-feira (1/4) a 1ª Conferência Nacional de Educação destacando que as cobranças dos professores, inclusive as feitas com a deflagração de greves, tornaram possível a seu governo implementar políticas públicas que iniciaram uma “pequena revolução” no setor.

A manifestação presidencial coincide com o movimento grevista dos professores estaduais de São Paulo, desprezado e reprimido pelo Governo José Serra (PSDB), e também do magistério de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

“Governo bom é o que tem capacidade de pôr em prática aquilo que ouve em cada rua, em cada escola, em cada fábrica, em cada banco. Por ouvir é que nós fizemos essa pequena revolução que se iniciou na educação brasileira. E isso se deve ao mérito e à compreensão deste companheiro (o ministro Fernando Haddad) e da equipe dele, porque um técnico não ganha jogo. Ele precisa de bons jogadores e da torcida organizada, que são os educadores deste país, que vão à luta, que brigam, que exigem, que fazem greve, que negociam, mas que, muitas vezes, não são valorizados”.

Lula e o ministro da Educação defenderam a fixação de uma política nacional de remuneração dos professores e criticaram os estados que resistem em implantar o piso de R$ 1.024 para o magistério da rede pública de educação básica, por jornada semanal de 40 horas e sem exigência de diploma de curso superior.

Alguns governadores chegaram a recorrer ao Supremo Tribunal Federal para evitar o pagamento do piso, que os ministros consideraram constitucional.

Para Lula, acabou o sonho de ser professor cantado em música, porque a carreira do magistério foi sucateada nos últimos 30 anos:

“Eu não me conformo que alguém ache que um piso de R$ 1.020 é alto para uma professora que toma conta dos nossos filhos dentro da sala de aula. Não é possível a gente depositar confiança em um professor ou em uma professora para tomar conta dos nossos filhos, sabendo que, no fiml do mês, ele não vai levar para casa sequer o suficiente para cuidar da sua própria família”, disse o presidente provocando demorados aplausos dos professores e estudantes que formaram o plenário da Conae.

Lula concordou com uma proposta do ministro Fernando para que seja instituída uma mesa de negociação de uma política de reajuste do piso salarial dos professores, a exemplo da que foi formada para discutir o salário mínimo.

Fonte: Brasília Confidencial