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PCdoB defende poder político para o povo conquistar mais direitos

“O povo sem poder não tem nada”, dizia o líder chinês Mao Tsé-Tung. Parafraseando-o, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirma que o povo tem que conquistar espaço político para garantir as conquistas de qualidade de vida, não deve se perder nas reivindicações pontuais – que deve ser o meio para conquistar mais direitos.” Ele alertou para a necessidade de uma bandeira que unifique os movimentos sociais.

Renato Rabelo fez a abertura do 3º Encontro de Movimentos Sociais, na manhã desta sexta-feira (9), em Brasília. Até amanhã (10), os representantes dos movimentos sociais vão discutir a orientação política para a atuação do setor nas eleições de 2010.

O encontro foi convocado para que possamos também sintonizar nossa formulação para os movimentos sociais à luz do 12º Congresso do PCdoB, disse a secretária nacional de Movimentos Sociais do Partido, Lúcia Stumpf.

Em sua fala inicial, Renato Rabelo disse que para um partido permanente como o PCdoB, que não existe só para eleições, os movimentos sociais compõem a força motriz, “fundamental para o processo das mudanças e transformações pelas quais lutamos”, destacou. “É também o “leito” da filiação do partido e que representa os anseios do povo – desde trabalhadores, juventude, mulheres, negros”, afirmou.

O Partido defende liberdade política para o povo para conquistar mais direitos. O povo "tem de ter vez e voz para se manifestar”, diz o dirigente comunista, acrescentando que “é preciso, mesmo no governo Lula, se organizar, gritar, reivindicar etc, levando em conta que para o próprio governo é importante a autonomia dos movimentos sociais para saber quais são os seus anseios”.

“Os movimentos sociais devem se esforçar para se organizar e buscar as bandeiras comuns porque as bandeiras específicas são afluentes que vão desaguar em um rio maior, que é o contingente da força política – o povo que se organiza em torno de objetivos políticos”, afirmou o Presidente do PCdoB, insistindo que este é o esforço fundamental.

Povo nas ruas

Lúcia Stumpf, ao apresentar o documento base do encontro, reafirmou as palavras do Presidente do Partido. Ela destacou que para alcançar os objetivos do Novo Plano Nacional de Desenvolvimento (NPND) aprovado pelo Partido, é imprescindível “unificar e politizar os movimentos sociais”, ou seja relacionar as lutas específicas à luta geral pelo NPND.

O papel dos movimentos sociais é traduzir e tornar atraente para o povo as lutas pelas reformas democráticas – política ampla, nos meios de comunicação, da educação, tributária, agrária, urbana, fortalecimento do SUS entre outras. Essas reformas vão garantir “uma transformação geral para elevar os direitos e a qualidade de vida dos trabalhadores”, diz o NPND.

O objetivo é mobilizar grandes massas nas ruas por mais direitos e conquistas, explica Lúcia Stumpf. Esses direitos são manifestados nas lutas pelo desenvolvimento com geração de emprego e valorização do trabalho, a mudança da política econômica, soberania nacional e mais democracia para o povo.

Ela avalia como principal obstáculo para a efetivação do Novo Plano a pequena participação política do povo e, para superar essa situação, “é necessário ampliar a unidade, a politização e a organização do movimento popular, ampliando sua influência junto à sociedade”.

Na opinião da dirigente comunista, “no momento atual, devemos reforçar o papel da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) como espaço de conjunção de lutas e ampliá-la, trazendo uma gama mais ampla de entidades e movimentos para sua construção”.

O fortalecimento do movimento sindical por meio do Fórum das Centrais Sindicais é apontado como importante instrumento para ampliar a atuação dos movimentos sociais. Stumpf lembrou que “devemos investir na aproximação política das demais articulações dos movimentos sociais com as centrais sindicais”.

Para ela, “esse conjunto de reformas articuladas pode orientar a ação política e a organização do movimento democrático para se contrapor aos obstáculos políticos e econômicos conservadores das classes dominantes”.

Propostas para atuação

O 3º Encontro Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB prosseguiu no período da tarde com discussão e apresentação de propostas sobre os assuntos pelas secretarias que compõem o Fórum Nacional de Movimentos Sociais, as coordenações de frentes de atuação de massa e representantes de entidades nacionais e estaduais.

No sábado, serão aprovadas as propostas apresentadas sobre a atuação dos movimentos sociais tendo em vista o NPND e as eleições 2010 – orientação política e agenda de mobilização – e a constituição do Fórum Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB.

Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier