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PCdoB: Partido de luta, presente na vida política

Uma história repleta de fatos marcantes na luta contra o fascismo, pela democracia e a paz, a reforma agrária e a independência nacional, o desenvolvimento, os direitos dos trabalhadores e o socialismo, é o que permanece e se projeta para o futuro do PCdoB, assinala o dirigente nacional da legenda comunista José Reinaldo Carvalho, em palestra para militantes e quadros do Comitê Distrital da Zona Leste I paulistana (Sapopemba, São Mateus e Vila Prudente) no último domingo, 11 de abril.

O evento fez parte das comemorações do 88º aniversário da fundação do partido e do 25º da conquista da legalidade. A palestra abordou temas históricos e da atualidade. Foi um momento de reflexão programática, da luta eleitoral e dos desafios da construção do Partido. ]

O dirigente do Comitê Central apelou para que os militantes da Zona Leste I paulistana mergulhem de corpo e alma na campanha de Dilma Rousseff a presidente da República e pelo crescimento das bancadas do partido. Sobre o embate eleitoral em São Paulo disse que não vê sentido em apoiar uma candidatura corporativa do patronato da Fiesp e criticou aqueles que, numa atitude antidemocrática e antiunitária, querem alijar os comunistas da chapa majoritária.

Protagonismo histórico

José Reinaldo disse que a fundação do Partido Comunista do Brasil, em 25 de março de 1922, marcou a estreia da classe operária e das massas trabalhadoras brasileiras na luta política, quando o Brasil vivia um momento efervescente de embates pela democracia e a independência nacional e o mundo encontrava-se sob o influxo da vitória da revolução socialista na velha Rússia.

O dirigente comunista destacou a atuação do PCdoB na luta contra o fascismo e enalteceu o feito heroico da insurreição nacional libertadora de 1935, assim como a campanha para a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, ao lado das forças aliadas anti-fascistas, a participação do partido nas primeiras lutas pela reforma agrária e pela democratização do país após a queda da ditadura de Getúlio Vargas.

No mesmo retrospecto, o representante do Comitê Central fez referências à luta pelo desenvolvimento nacional e à campanha “O Petróleo é Nosso”. Destacou a longa noite da ditadura militar fascista (1964-1985) e a luta dos comunistas brasileiros, ombro a ombro com as demais forças revolucionárias, no combate anti-ditatorial, inclusive através da luta armada, nomeadamente a Guerrilha do Araguaia, que cumpre 38 anos nesta segunda-feira, 12 de abril.

Ele lembrou também as lutas estudantis e as greves operárias de 1968, a luta pelas eleições diretas, a luta contra os atos e leis de exceção e pela Assembleia Nacional Constituinte , todas protagonizadas pelo Partido Comunista do Brasil e outras forças da esquerda. A história do PCdoB demonstra a evolução e o amadurecimento de um partido que nunca se absteve dos grandes embates nacionais e de classes, enfatizou o dirigente comunista.

O dirigente comunista fez o balanço também dos 25 anos do regime democrático no Brasil, quando o partido conquistou a legalidade. Disse que estas conquistas sofreram descontinuidades, a partir da segunda metade do governo Sarney, a eleição de Collor de Melo em 1989 e a vigência do governo neoliberal e anti-popular de FHC (1994-2002).

No plano ideológico, Zé Reinaldo destacou a ruptura com a orientação revisionista, social-democrata e liquidacionista no início da década de 1960. Segundo ele, a reorganização na conferência nacional extraordinária de 1962 sob a direção de João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar e Carlos Danielli, salvou o partido e deu-lhe a base ideológica marxista-leninista, que permanece até hoje.

Temas candentes

A palestra no comitê municipal da Região Leste I paulistana abordou também os temas mais candentes da conjuntura política e da construção partidária. José Reinaldo explanou as linhas mestras do programa do partido, destacando seu objetivo socialista, o caminho de acumulação de forças, o novo projeto nacional de desenvolvimento e suas vertentes patriótica, democrática e popular.

Sobre a conjuntura, destacou a prioridade do embate eleitoral de 2010, a importância estratégica da vitória das forças democráticas e populares organizadas em torno da candidatura de Dilma Rousseff, para dar continuidade e fazer avançarem ainda mais as conquistas do governo do presidente Lula.

O dirigente comunista chamou a atenção para a importância de, neste marco, alcançar um resultado eleitoral positivo para o PCdoB, aumentando significativamente suas bancadas de deputados estaduais, federais e senadores e de eleger um governador de Estado.

Ele ressaltou a necessidade de promover a mais ampla unidade das forças democráticas e populares em torno da candidatura de Dilma Rousseff, criticando manobras diversionistas de “terceira via” ou de linhas auxiliares à candidatura de Serra.

Sobre o embate eleitoral em São Paulo, o dirigente nacional desejou êxito ao partido no estado, que segundo ele saberá combater a direita neoliberal e esquivar-se do canto de sereia de candidaturas corporativas patronais. Ao mesmo tempo, considerou inadmissível o hegemonismo que tenta impedir maior protagonismo das candidaturas comunistas na chapa majoritária.

Fortalecer a construção partidária

Ponto forte da palestra e do debate foi a abordagem sobre a prioridade para a construção partidária. José Reinaldo elogiou os esforços do comitê municipal paulistano e do distrital da Zona Leste I nessa direção e insistiu na tese de que é preciso valorizar a militância comunista, resgatar o orgulho de ser militante e quadro do Partido.

Segundo ele, quadros não são apenas os dirigentes dos organismos superiores ou os detentores de mandatos eletivos ou administrativos, mas todo militante que se dedica ao partido e assume responsabilidades na atividade política e orgânica. Disse que em qualquer circunstância o partido precisa ter identidade comunista, ideologia, estratégia e tática, independência de classe, organização pela base e ligação com as massas.

José Reinaldo encerrou sua palestra afirmando que é mais atual do que nunca o apelo feito pelo camarada João Amazonas nos anos 1990 de “cuidar mais e melhor do Partido” e repetiu a afirmação do camarada Renato Rabelo na última reunião da Comissão Política, em março deste ano, de que as secretarias de organização devem se voltar para a sua missão precípua – organizar o Partido.

Da Redação