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Crise fiscal está longe do fim e Grécia quer novas negociações

A crise fiscal na Grécia ainda está longe do fim, apesar da promessa de socorro avalizada pela Alemanha e França, com envolvimento do Fundo Monetário Internacional. O custo do financiamento da dívida externa do país, estimada em 113% do PIB, continua subindo, revelando a desconfiança dos credores com a capacidade de pagamento do governo grego, que pediu nesta quinta-feira negociações adicionais sobre o plano de resgate da zona do euro e do FMI.

As taxas de juros cobradas sobre empréstimos à Grécia pelos bancos aumentaram de novo nesta quinta (15), apesar do acordo da zona do euro de preparar um plano potencial de 30 bilhões de euros (US$ 40,5 bilhões) em empréstimos para o país, com contribuições adicionais do FMI.

A diferença de juros entre os títulos de dez anos do governo grego e o equivalente alemão, alcançou 4,2 pontos percentuais nesta quinta-feira.

Negociações

O ministro de Finanças da Grécia fez o pedido de novas negociações em uma carta dirigida ao comissário financeiro da União Europeia, Olli Rehn, ao presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e ao diretor-geral do FMI, Domnique Strauss-Kahn.

"As autoridades gregas estão pedindo negociações com a Comissão Europeia, o BCE e o FMI a respeito de um programa de políticas econômicas de alguns anos", diz a carta.
As discussões, afirma o texto, se centrariam em um plano para um potencial ajuda financeira dos países membros da zona do euro e do FMI, caso as autoridades da Grécia decidam pedir tal ajuda.

Monitoramento do FMI

Por conta do pedido, Strauss-Kahn, do FMI, anunciou hoje que enviará na segunda-feira uma missão de representantes a Atenas para discutir as condições que permitam um eventual empréstimo à Grécia.

"Em seguida a uma demanda das autoridades gregas, dei meu consentimento para enviar a Atenas uma equipe do FMI, para começar a debater com as autoridades as políticas que poderiam representar uma base de assistência financeira do Fundo, como parte de um programa desdobrado em vários anos, caso o governo grego decida, realmente, pedir uma tal ajuda", afirmou.

A Grécia tem uma dívida de quase 300 bilhões de euros (US$ 406 bilhões), com um deficit público que alcançou em 2009 o total de 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) -muito acima dos 3% recomendados pela União Europeia.

No final de semana, a União Europeia anunciou a preparação de um pacote de ajuda de 30 bilhões de euros para o país, além de 10 bilhões disponibilizados pelo FMI. O empréstimo, porém, é virtual; só será de fato realizado caso a Grécia não consiga financiamento junto aos bancos privados, o que, além de sair caro, é muito pouco provável.

Da redação, com Folha Online