Dirigente do movimento de mulheres opina sobre capital erótico
Após o movimento de mulheres ter comemorado um século do Dia Internacional da Mulher, em março, os executivos do mercado lançam um novo fardo contra a luta pela emancipação feminina. A resistência à luta secular surge sob as vestes do “capital erótico”, requisito da beleza para as mulheres largarem na frente em busca de uma vaga no mercado de trabalho. Algo que reafirma o estereótipo que insiste perseguir as mulheres que almejam espaços na sociedade.
Publicado 16/04/2010 19:41 | Editado 04/03/2020 16:12

A coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Andréa, avalia a nova frente pela qual o machismo e a discriminação se inserem e especula sobre novas bandeiras de lutas para o movimento.
“Quando pensamos que avançamos bastante nessa luta que completou um século no último 8 de março, nos deparamos com novos mecanismos por onde essa concepção patriarcal e machista busca se perpetuar. Para o movimento, nos impõe um novo debate que deve gerar novas bandeiras de lutas e novas táticas”, afirmou.
Capitalismo tem por característica renovar suas formas de opressão
Apesar de constatar que novas bandeiras de lutas precisam ser formuladas para evitar que o capital erótico, algo já presente na sociedade, não venha atingir patamares maiores, Vanja diz que isso não foge da matriz que gera todos os tipos de desigualdades, discriminações e opressão.
“Isso é apenas mais uma das maneiras encontradas pelo capitalismo e por aqueles que o propagam para continuar as opressões que sempre geraram. Com as mulheres se renova dessa forma, com os jovens é de outra e com os negros e índios também é diferente. Mas o objetivo é o mesmo. Isso só reforça nossa tese de que nossos anseios só se realizam no socialismo”, destacou.
De Manaus,
Anderson Bahia