Estudantes fortalecem greve em Montes Claros
Com a greve geral dos professores, que se inicia na próxima segunda-feira (19/4), cerca de 7 mil acadêmicos da Unimontes ficarão sem aulas por tempo indeterminado.
Publicado 16/04/2010 15:48 | Editado 04/03/2020 16:50

Porém, para o presidente do Diretório Central dos Estudantes, Danniel Coelho, as demandas são justas e fundamentais para a qualidade de ensino na universidade.
– O DCE vai fazer toda a pressão para que a greve dure o mínimo possível, pois é um transtorno muito grande para a comunidade acadêmica. Agora, a gente entende que foi o último recurso dos professores e servidores e que a responsabilidade total pela greve é do governo do estado. A situação aqui beira a calamidade em muitos casos. E a gente tem certeza que não existe qualidade do serviço público sem a valorização do servidor – considera.
Ele argumenta que professores qualificados estariam trocando a Unimontes por outras universidades em busca de melhores condições de trabalho.
– No departamento do curso de Ciências Sociais, já perdemos quatro doutores no último ano. Um deles tinha mestrado e doutorado na Alemanha e é consultor da ONU. Dava aulas aqui na Unimontes, e não dá mais por causa da triste condição de trabalho que ele tinha – conta.
Uma das reivindicações principais, segundo explica Danniel Coelho, estaria relacionada à progressão na carreira.
– Um professor que conclui seu doutorado hoje só vai receber como doutor daqui cinco anos. E a universidade e o governo do estado usam esses números para conseguir índices positivos com o MEC. O especialista que termina o mestrado, a mesma situação. Nas outras universidades, esta progressão é automática, recebendo de acordo com a sua titulação em seu próximo contracheque. Essa situação tem que mudar para que a Unimontes valorize os seus profissionais e a gente tenha professores qualificados para cuidarem da nossa educação aqui – protesta.