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Brasil e Paraguai apostam no desenvolvimento contra criminalidade

O encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Fernando Lugo, nesta segunda-feira (3) na cidade fronteiriça de Ponta Porã, indicou o desenvolvimento dos dois países como caminho para o combate à criminalidade. "A sorte do Paraguai é a nossa sorte", disse Lula, depois de se reunir a portas fechadas com Lugo.

O Paraguai vive nos últimos dias um clima de insegurança, depois de um atentado contra o senador Robert Acevedo e de violências atribuidas ao grupo de ultra-esquerda Exército do Povo Paraguaio (EPP). O governo Lugo reagiu decretando o Estado de Exceção, criticado pelas forças populares, base do governo do ex-bispo, medida que evoca os anos sinistros da Alfredo Stroessner.

Lula se fez acompanhar pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, que anunciou projetos de segurança para a região da fronteira. Um dele cria uma unidade permanente, integrada pela Polícia Especializada de Fronteira, Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública, com 46 homens de prontidão. Mas a ênfase do encontro foi a aposta no desenvolvimento.

Entre as medidas de cooperação econômica está uma segunda ponte sobre o Rio Paraná, na fronteira brasileiro-paraguaia, na altura de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Lula prometeu lançar a predra fundamental da obra ainda neste seu último ano de governo. A primeira ponte data de 1965.

Outra obra acertada pelos dois presidentes é uma linha de transmissão de energia da hidrelétrica binacional de Itaipu para Assunção, orçada em US$ 500 milhões. A linha visa estabilizar o fornecimento de energia à capital paraguaia, que continua sujeita a frequentes apagões, apesar do país ser coproprietário da segunda maior usina do mundo.

"Todo mundo sabe dos meus esforços pelo êxito do Paraguai e do presidente Lugo. O Brasil está consciente de que seus vizinhos precisam ser economicamente fortes, que precisam crescer", disse Lula à imprensa depois do encontro. Lugo, eleito em 2008 por uma coalizão de centro-esquerda, após dècadas de domínio ditatorial e conservador, faz um governo atribulado por manobras golpistas e paragolpistas. Os incidentes violentos dos últimos dias alimentam um ambiente propício à continuidade das tentativas de desestabilização.

O presidente braileiro aproveitou o encontro para cobrar do Legislativo paraguaio a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. O Paraguai é o único país que ainda não obteve a aprovação do seu Congresso da entrada da Venezuela, que consolidará a dimensão continental do bloco. "Esperamos que o Congresso tenha pressa em votar", afirmou Lula, em Ponta Porã (MS).

Da redação, com agências