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Copa e Olimpíada já levaram R$ 1,45 bilhão ao Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro começa a colher os frutos de ser sede da Olimpíada de 2016 e da Copa de 2014. Até o momento, 15 empresas já investiram R$ 1,452 bilhão em novos hotéis, empreendimentos imobiliários, feiras e infraestrutura em telecomunicações, entre outros setores. E o volume tende a aumentar.

“Recebemos por semana três missões empresariais no Rio. Antes da escolha como sede dos Jogos, era uma missão por semana, no máximo duas”, afirma o secretário de Desenvolvimento da Prefeitura carioca, Felipe Góes. As atuais missões, segundo ele, são mais diversificadas — e não apenas centradas em petróleo e energia, como ocorria antes.

A maior parte dos valores anunciados destina-se ao setor de hotelaria, mas empresas diversas reforçam os investimentos na cidade. É o caso das gigantes americanas IBM, que vai fazer do Rio uma “Cidade Inteligente”, e GE, que escolheu a capital fluminense como a única na América Latina para seu programa “Cidades Sustentáveis”.

“Os Jogos foram fundamentais para a escolha. Nossa ideia é aplicar e desenvolver soluções completas de tratamento de água, economia de energia, gerenciamento de infraestrutura e obras”, disse João Geraldo Ferreira, presidente da GE Brasil.

A cadeia Hilton e o Hotel Emiliano procuram espaços. Segundo fontes, o Grand Hyatt finaliza a compra de um terreno na Barra e estuda a abertura de um espaço na Zona Portuária. Empresários brasileiros, como Jayme Drummond, também investem. Ele vai aplicar R$ 40 milhões em um hotel butique na Barra, com 116 quartos com vista para o mar: “Há uma carência nessa área do Rio. Na Barra, o Rio se esqueceu que é Rio.”

Escritórios de advocacia também selam parcerias com bancas estrangeiras para agilizar os negócios na cidade. Foi o que aconteceu com a Campos Mello, que fez acordo com a DLA-Piper. E já contabiliza em R$ 210 milhões os investimentos das incorporadoras Inverrio Mallorca, da Espanha, e Temple, de Portugal. “Eles compram terrenos para uso residencial, comercial e hotelaria”, explicou Rodrigo de Castro, do Campos Mello.

Os municípios vizinhos do Rio já são beneficados. A incorporada NEP aposta no Supreme Caxias, um centro empresarial com 165 salas e duas torres de hotéis. Além disso, vai levantar cinco hotéis. O primeiro deles será na Rodovia Presidente Dutra. Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), cita ainda Niterói: “Só no Rio, há 15 espaços sendo ampliados e 20 em reformas”.

Entre as empresas, mais pujança

A Coca-Cola Brasil criou a Equipe Copa do Mundo 2014, para definir os investimentos. Entre 2010 e 2014, vai aplicar R$ 11 bilhões no país, e o “Rio vai receber uma parcela grande”, diz Michel Davidovich, responsável pela equipe. A Oi, que investiu mais de R$ 46 milhões no serviço de telecomunicações no Pan-Americano, em 2007, vai investir ainda mais com a Copa e a Olimpíada.

Já a Embratel vai elevar os recursos em até 15%. “É preciso apostar em centrais temporárias, por exemplo”, afirma Marcelo Miguel, diretorexecutivo de Negócio Residencial da Embratel. No setor de alimentos, a BestFork, dona dos restaurantes Laguiole, Giuseppe e Clube Gourmet, quer comprar espaços para eventos e levar algumas de suas bandeiras para a Barra.

Outros eventos esportivos também movimentam a cidade. O Rio Sports Show, evento de fitness que acontece no Píer Mauá em julho, vai investir R$ 1 milhão. Ana Paula Leal Graziano, diretora do projeto, diz que este ano o evento está 30% maior.

Em 2015, o Rio vai sediar ainda a SportAccord, a maior feira de negócios esportivos do mundo. Arthur Repsold, presidente da GL Events, que administra o RioCentro, diz que, a pedido das empresas de construção pesada, foi preciso antecipar uma feira para o setor.

Da Redação, com informações do O Globo