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Venezuela nacionaliza filial de empresa de alimentos do México

O governo da Venezuela anunciou a estatização de uma das principais fábricas de alimentos do país, a Monaca, em um decreto publicado nesta sexta (14/5) no Diário Oficial. A empresa é filial da mexicana Gruma, conhecida por ser a líder mundial na produção de tortillas de milho e dona de outras unidades nos Estados Unidos, América Central, Europa, Ásia e Austrália. Na Venezuela são seis fábricas.

A Monaca produz farinha de trigo, milho, macarrão, arroz, óleo, aveia e atum, entre outros. Na Venezuela, algumas de suas marcas que estão no mercado são: farinha de milho Juana fubá, arroz Monica, óleo Gold Bell, farinha de trigo Robin Hood e aveia Lassie. Segundo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, o objetivo da estatização é o de fortalecer a capacidade do Estado de produzir alimentos, informou o site de notícias da emissora estatal Venezolana de Televisión.

Para o governo, a medida contribuirá para "consolidar a capacidade de transformação do país para o socialismo do século 21" e que devem ser resguardados os direitos de todos os trabalhadores que integram a empresa.

A decisão foi baseada no artigo 3 º da Lei de Segurança e Soberania Alimentar, que estabelece que "o Estado deve garantir continuidade e permanência no processamento, distribuição e acesso do público de vários grupos de alimentos”.

Relacionamento tenso

A relação entre o governo venezuelano e a empresa estava estremecido pois, desde o início do ano, a Monaca vinha se recusado a vender farinha pelos preços determinados. No final de 2009 a fábrica foi ocupada por três meses como parte do processo de obtenção de bens do banqueiro Ricardo Fernandez, preso no ano passado, acusado de aquisição ilícita de quatro bancos, todos hoje operados pelo governo.

Como outras empresas expropriadas e nacionalizadas, as fábricas Monaca vão operar em regime de propriedade coletiva, que inclui todos os trabalhadores atuais.

A Monaca ainda não se pronunciou a respeito do tema, mas, segundo o jornal venezuelano El Universal, o grupo Gruma informou que vai colaborar com o processo de desapropriação. O governo venezuelano indenizará a empresa, mas não divulgou valores.

Fonte: Opera Mundi