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Eleição é embate político acirrado, com intensa luta de ideias

O Encontro Nacional de Comunicação, o segundo do Comitê Central eleito no 12º Congresso, realizou-se num momento bastante positivo nesta frente do trabalho partidário, com avanços e aperfeiçoamentos no Portal Vermelho, a edição de 500 mil exemplares do Programa Socialista aprovado no 12º Congresso e principalmente com a última apresentação do PCdoB no horário político gratuito em rede nacional de rádio e televisão.

Por José Reinaldo Carvalho*

A peça de propaganda foi feita com elevado nível político e ideológico, originalidade e beleza estética, produzida e realizada com profissionalismo de acordo com elevados padrões da publicidade.

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O Encontro, por sua vez, aconteceu num quadro de acirramento da luta política, nos planos internacional e nacional. Agrava-se a crise econômica e financeira do capitalismo, em contraste com a propaganda da mídia e dos setores acadêmicos vendidos, segundo a qual esta havia sido superada. O mais eloquente exemplo disto na atualidade é a deterioração das contas públicas em alguns países europeus e a queda do Euro. Intensificam-se as políticas de opressão e exploração dos trabalhadores, provocando manifestações, greves e rebeliões na Grécia, em Portugal e na Espanha.

No plano da política internacional, intensificam-se as ameaças de intervenção, agressões e sanções por parte dos países imperialistas, sobretudo dos Estados Unidos, apesar da retórica “pacifista” e “multilateralista” da Casa Branca. Isto constitui um perigo para a paz mundial, a segurança internacional e para a estabilidade de todos os países e povos em luta pela soberania nacional e o progresso social.

Dois polos em disputa

No Brasil já está em curso intensa luta política em torno do embate eleitoral, principalmente para a Presidência da República, mas também para os governos estaduais e os cargos legislativos estaduais e federais. Não há que ter ilusões. Será uma disputa eleitoral renhida, em que o inimigo não hesitará em utilizar o engodo e o jogo sujo. O país está dividido em dois campos opostos. De um lado, a candidata das forças democráticas, progressistas e populares, Dilma Rousseff, de outro, o candidato das forças pró-imperialistas e conservadoras, José Serra.

Nesse contexto, destaca-se a importância da luta de ideias. Na chamada pré-campanha, Serra procura confundir o eleitorado, tentando passar a impressão de que o que está em jogo é a capacidade administrativa para o período chamado de pós-Lula. Mas inevitavelmente, haverá um momento em que o representante das forças neoliberais e conservadoras terá que desnudar sua política e suas ideias retrógradas contra o desenvolvimento soberano do país, o aprofundamento da democracia e o avanço das conquistas populares. Por sua vez, o embate político que se imporá objetivamente levará a candidata das forças progressistas a defender com nitidez as ideias avançadas que informam o programa da frente em construção.

Nesse sentido, é relevante a tarefa de difundir para as amplas massas o Programa Socialista do 12º Congresso, cujas propostas de reformas estruturais estão em plena vigência e podem encontrar reflexo no programa eleitoral da frente que apoia a candidatura de Dilma Rousseff. Não é razoável, portanto, o argumento que alguns dirigentes do Partido têm apresentado de que o esforço político e organizativo desprendido pelo Partido durante a pré-campanha é incompatível com o trabalho prático para organizar o debate em torno das ideias do Programa do Partido e a sua difusão em larga escala.

Papel da militância comunista

É também importante a luta de ideias no esforço pela realização das metas eleitorais próprias do PCdoB. Nesse particular os candidatos comunistas desempenham um papel de proa. Na batalha pelo voto eles são os intérpretes, a voz e a imagem do PCdoB.

Finalmente, é necessário realçar a necessidade de combinar de maneira criativa e dialética, quando se trata de realizar a luta de ideias durante a campanha eleitoral, o profissionalismo na elaboração de peças de propaganda com a militância. Nunca é demais bater na tecla de que se a campanha eleitoral é luta política, é também militância comunista. O papel da militância é insubstituível nos debates políticos e ideológicos, no contato com o povo, na participação e liderança de suas lutas e na organização das ações de campanha, como é também indispensável o papel da direção do Partido na conquista dos corações e mentes da militância comunista, o desencadear de suas inesgotáveis energias e criatividade, a fim de mobilizar, organizar e conscientizar o povo, condição fundamental para alcançar a vitória.

*Secretário Nacional de Comunicação do PCdoB