Jô participa em Betim de debate com cipeiros

O 4º Seminário “Cipa e os Direitos dos Trabalhadores”, realizado último dia 18, em Betim, organizado pelo departamento de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas,ratificou a necessidade urgente da adoção de ações mais eficazes por parte de órgãos públicos, privados, empresas e cipeiros para coibir o aumento dos casos de acidentes de trabalho e doença profissional e adoecimento mental surgidos entre os trabalhadores da categoria, especialmente nos últimos anos

Seminário debate alternativas para melhorar saúde
e segurança em fábricas de Betim e Região

Durante o evento – do qual participaram especialistas das áreas de saúde e segurança do trabalho, como médicos e psicólogos, cipeiros de diversas fábricas da base representada pelo Sindicato, representantes da Fundacentro e também a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) – foram apresentados resultados de estudos sobre as condições de trabalho dos metalúrgicos da região.

Um destes estudos – elaborado por psicólogos do departamento de Saúde do Sindicato, com base em depoimentos colhidos, entre outubro de 2008 e março deste ano, junto a 385 trabalhadores que estiveram na sede da entidade para concretizar a homologação de seus contratos de trabalho – apontou as reclamações mais comuns entre metalúrgicos da região, com destaque para o estresse, ansiedade, dores de cabeça, desânimo, dor na coluna e nos membros superiores, além de desgaste na coluna.

De acordo com a pesquisa, fatores como as cobranças por produção, movimentos repetitivos na execução das tarefas, o ritmo de trabalho e a carga horária abusiva de trabalho são fatores que contribuem para o surgimento destes sintomas, doenças e acidentes de trabalho.
Outro assunto que mereceu destaque durante o seminário foi o crescimento dos casos de adoecimento mental entre os metalúrgicos, o que, segundo os debatedores, ainda não tem sido um fato oficialmente reconhecido pelas empresas, que se negam a perceber que o trabalho também pode ser fonte de adoecimento do trabalhador.

“Além das ações que devem ser adotadas por órgãos públicos, privados e empresas, os cipeiros também têm responsabilidade na organização dos trabalhadores para defender melhores condições de trabalho e segurança nas fábricas”, ressaltou o diretor de Saúde do Sindicato, Rogério Djalma de Oliveira.

De Betim,
Eduardo Durães