Heloisa Arcoverde recebe título de cidadã recifense

Por proposição do vereador e presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, da Câmara Municipal do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB/PE), a Casa de José Mariano realiza na próxima sexta-feira (28), às 10h, sessão solene para a entrega do título de Cidadã do Recife à professora Heloisa Arcoverde de Morais. A festa ocorrerá no Salão Nobre do Teatro de Santa Isabel.

Heloisa Arcoverde nasceu em João Pessoa (PB). É mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba. Sua ligação com o Recife e Pernambuco fez com que em sua dissertação de mestrado optasse pela análise das obras de poetas pernambucanos. Desde então, vem estimulando projetos, realizando estudos e pesquisas referentes à poesia pernambucana contemporânea.

Há quarenta anos Heloisa Arcoverde dedica sua vida profissional à cidade do Recife como professora de francês, de português, de literatura brasileira. É protagonista junto com outros educadores do movimento em Defesa do Livro e da Leitura como uma política de Estado e de emancipação dos cidadãos pernambucanos. Na PCR, organizou festivais, encontros, concursos literários e publicação de livros.

SERVIÇO:
Entrega do Título de Cidadã a Heloisa Arcoverde
Dia: 28 de maio de 2010 – 10h
Local: Salão Nobre do Teatro de Santa Isabel

Fonte: Assessoria de Comunicação do vereador Luciano Siqueira

                                                                       Heloísa

Por: Fernando Monteiro

Aquelas e aqueles que se tornam cidadãs e cidadãos diplomados pelas cidades de adoção são como nascidos duas vezes. E eu diria mais: são cidadãos e cidadãs com um merecimento a mais – ou maior – do que o acidental nascimento dos que, como eu, são do Recife com orgulho e com o contrário da saudade: ou seja, com a alegria de nunca haver se mudado e sempre ter sentido, unicamente, a saudade temporária por ocasião de viagens com a passagem de volta marcada etc.

Ora, ninguém se perde no caminho da volta – já ensinava o escritor e ministro José Américo, o “paraibano de ferro”.

Hoje, entretanto, é dia de se dizer: “ninguém se perde no caminho da vinda”, em saudação a uma paraibana de veludo que soube conquistar o Recife com açúcar e com afeto.

Refiro-me a Heloísa Arcoverde de Morais, nascida no 14 de fevereiro de um ano que a cidade de João Pessoa já comemorava antes do Recife poder passar a comemorar, agora, este ano de 2010 com o ano de “nascimento” oficial da sua Cidadã por merecimento através do trabalho e via a fé na Literatura – virtudes essenciais dessa moça que estamos acolhendo como recifense mais cidadã do que as recifenses somente pelo berço das maternidades…

A Mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba, a entusiasta que dedicou, até agora, quarenta anos da sua vida profissional ao SEU novel burgo do Recife, chega, na verdade, dos mundos do Longe-Perto, como professora de francês, de português e de literatura brasileira. O “perto”, aqui, diz respeito à sua João Pessoa querida (e, digo eu, acolhedora e bela), e o “longe” se refere à “Oropa, França e Bahia” – do velho Ascenso – pois Heloísa Arcoverde vem também de Sèvres e Aix-en-Provence, Bordeaux, naquela França da qual é uma espécie de “embaixadora honorária” neste País do Nordeste. Ela passou também pela Québec do Canadá gaulês e andou igualmente por outras paragens de estranhamento, mas – repita-se – sem nunca se perder “no caminho da volta”.

Em todos esses lugares, foi sempre a moça paraibana apaixonada pela poesia do Brasil e pela cultura da nossa terra.

Assim, ninguém se perde, mesmo, nos caminhos da vida, ministro José Américo. Pois a paixão a gente só perde quando se desvia para o que não é paixão, no fundo e na forma. E o amor pela Literatura só é inútil quando infelizmente nos afastamos da verdade, da justiça e da beleza.

Heloísa, a moça dos olhos claros de esperança, a poeta da vida e da arte, nunca se perdeu – nem se perderá – agora que, por direito, pertence a duas cidades que irmanamente a amam, como todos os seus amigos aqui presentes para lhe dizer:

“O Recife hoje acordou maior do que era ontem: no berçário generoso da cultura, nasceu uma menina-moça-senhora de muitos talentos a serviço do consagrado Festival Recifense de Literatura e das edições da Fundação de Cultura, que vão espalhando pelo mundo os congressos de ventos da Cidade Nassoviana!”

E viva Heloísa!
Em tempo: por último, parabéns também para o vereador Luciano Siqueira, pela iniciativa de propor este título de Cidadã por absoluto merecimento. Muito obrigado.

Fonte: Interpoética